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Vendas pelo WhatsApp: alternativa de renda extra e economia

A rede social também se tornou uma ferramenta para venda e troca de objetos

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As redes sociais deixaram de fazer parte somente do entretenimento do público para se tornarem ferramentas de negócios. Elas também acabam facilitando a nossa vida em muitos sentidos como o de nos comunicarmos com pessoas de todos os lugares. 

O whatsapp é um grande exemplo. Além da comunicação, ele se tornou um importante canal de vendas para muitos comerciantes. E não apenas para as grandes redes de varejo. 

Se você não participa, certamente já ouviu falar dos grupos de venda no whatsapp. Muitas vezes eles são formados com participantes de nichos específicos: condomínios, escolas e até mesmo bairros. Através deles, “pessoas comuns”, como eu e você, podemos anunciar aquela roupa ou objeto que não nos serve mais - e ganhar um dinheiro extra com as vendas.

Usados em alta

Ana Lucia de Paula entrou nesse universo há dois anos, quando uma amiga pediu ajuda para administrar algun grupos que já participava. Hoje, através do Brechó das Gurias, com mais de 200 participantes, ela oportuniza a mulheres a chance de negociar roupas e objetos usados, em bom estado.

“A maioria dos grupos que administro hoje são de brechó e específicos para mulheres. Elas são mães de família, que muitas vezes sustentam seus filhos sozinhas. Algumas trabalham fora e utilizam o brechó como renda extra, mas muitas vivem somente da venda dos seus desapegos”, relata Ana.

Todas as mulheres são bem-vindas , mas é preciso seguir as regras: é proibida a venda de animais, medicamentos e armas de fogo. Além disso, propagandas e anúncios falsos também não entram. “Se alguém insiste em quebrar as normas, é removido. Estamos sempre atentas a este tipo de comportamento. Inclusive, temos um grupo específico das administradoras, para controle dessas situações”, explica.

Roupas que deixaram de servir, peças infantis, móveis e decoração. A diversidade dos produtos disponíveis nos grupos é grande. “Na maioria são desapegos que temos dentro de casa”, comenta Ana.

Mas vale lembrar que para ser vendido no grupo, o produto precisa estar em bom estado de conservação - reclamações recorrentes de clientes também são motivo de exclusão.

“Procuramos combinar as entregas dos objetos em lugares específicos, principalmente no centro de Porto Alegre. Nessa rede de mulheres, uma compra da outra, então acabamos ajudando umas às outras neste complemento de renda”, relata.

União das mães

Outro público que tira proveito dos grupos de whatsapp são as mães. A empreendedora Francine Marin Piaceski administra, desde o início do ano, o grupo Troca-Troca, em que mães dos alunos da escola Mãe de Deus, na zona sul de Porto Alegre, se uniram para praticar o reaproveitamento de uniformes e materiais escolares das crianças.

“Para quem é mãe ou pai e principalmente tem mais de um filho em fase escolar, sente no bolso os gastos, ainda mais quando alguns itens são usados muito pouco ou nem utilizados, o que aconteceu muito durante a pandemia. Já existia uma página no Facebook para este fim, mas acabava não sendo muito dinâmica ou eram postados outros itens não relacionados ao assunto. Então, decidimos criar o grupo, compartilhar com outras mães que conhecíamos e se espalhou muito rápido”, relata.

Francine explica que a credibilidade ocorre justamente porque  os filhos das participantes frequentam a mesma escola. “No nosso caso não existem empresas. Ali estão mães e pais que postam foto do produto com a descrição de tamanho, conservação e valor. Quando há interesse no item por parte do comprador, inicia-se um contato privado para combinar”, conta.

Ela também destaca a necessidade de haver regras para os grupos, de acordo com seus fins. “No nosso caso específico não são permitidos anúncios que não estejam  relacionados ao nicho estabelecido. Assim como propagandas e assuntos políticos também. Confesso que não é fácil, pois é difícil muitas vezes conter as pessoas que não compreendem as regras, mas de forma paciente e com bastante educação, conseguimos”, finaliza. 

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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