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Alta nos preços reforça a importância de reserva financeira

Dinheiro guardado pode ser utilizado em situações de emergência ou em oportunidades de negócios

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Certamente o seu bolso já deve ter sentido o aumento nos preços. Alimentos, gasolina, gás de cozinha, luz… Os valores cresceram e isso tudo diante de uma pandemia. Este cenário é difícil para todos, mas aqueles que se dedicaram a construir uma reserva financeira, com certeza estão sentindo os efeitos de maneira mais branda.

O economista e educador financeiro Everton Lopes destaca que ter uma reserva é fundamental, principalmente, para que as pessoas vivam dentro da sua realidade financeira, ou seja, gastando menos do que ganham. “Dessa forma, sobra dinheiro para ser guardado”, aponta.

Os brasileiros parecem estar tomando consciência da importância de ter dinheiro guardado. A quarta edição da pesquisa “Raio X do Investidor”, elaborada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), revela que 27% dos entrevistados vão reservar o dinheiro guardado em 2020 para uma situação de emergência, um aumento de 10% se comparado com o ano de 2019.

Tipos de reservas

O profissional explica que há dois tipos de reservas financeiras e a de emergência é justamente uma delas. “Como o próprio nome diz, essa reserva é para ser usada caso aconteça algo inesperado e urgente na sua vida, como uma doença na família, necessidade de manutenção num veículo, um acidente e outras coisas deste tipo. Nesses casos, o dinheiro guardado pode ser resgatado e contemplar o acontecimento, sem prejudicar a vida financeira”, comenta.

A reserva financeira de oportunidade serve para situações inesperadas e será utilizada de maneira positiva. “Quando surge uma oportunidade de negócio, por exemplo. Ou uma operação na bolsa, para quem investe. A reserva pode ser bem usada para aproveitar essas situações”, complementa Lopes.

O “empurrãozinho” necessário

Para quem não está acostumado a guardar dinheiro, poupar para iniciar uma reserva pode não ser uma tarefa tão fácil. De acordo com o economista, tudo faz parte de um processo e o passo mais importante é o primeiro. "Se a pessoa tiver a possibilidade de colocar de forma automática esse dinheiro numa aplicação financeira, já é um grande ‘empurrãozinho’. Ou seja, assim que entra o salário ou algum ganho, já separe uma parte desse valor para guardar”, exemplifica.

Nesse caso, o percentual que vai ser guardado não é tão importante. “Pode ser 5, 10, 20%, o importante é que seja confortável e não falte dinheiro, pois a pessoa não pode se descapitalizar para ter reserva financeira”, aponta.

Desafio dos 52 dias

Você conhece o Desafio dos 52 dias? Ele é uma ótima alternativa para dar o start no hábito de guardar dinheiro. Consiste em fazer o participante guardar dinheiro de forma gradual semanalmente durante um ano.

“Na primeira semana, guarda um real, dois na segunda, três na terceira e assim por diante. Ao final de um ano, ou seja, 52 semanas, você terá 1358 reais. Já é uma formação de reserva, uma forma de se habituar a guardar dinheiro. É um começo, nesse caso é importante sempre dar o primeiro passo”, avalia Lopes.

Mudanças de atitudes no dia a dia também podem ajudar na economia:

Coloque tudo no papel: com a correria da rotina, muitas vezes é difícil analisar com calma os gastos que acabam passando despercebidos. Para conseguir analisar com clareza esses valores, o ideal é criar uma planilha e listar tudo o que se consome em um dia, uma semana ou em um mês. Isso pode ser feito tanto em um caderno ou até em uma planilha do excel, o importante é ter tudo anotado, mesmo que seja um valor considerado irrelevante.

Analise os gastos: após elencar na planilha todos os gastos, é o momento de analisar aquilo que gastamos sem necessidade. O importante aqui é cortar o que passa despercebido e que não é necessário ser feito com frequência.

Conheça sua realidade financeira: o cartão de crédito pode ajudar bastante a adquirir produtos de valor mais alto. Porém, antes de efetuar a compra, é preciso se questionar se esses itens fazem mesmo parte da sua realidade financeira. O mesmo vale para o uso exagerado dos aplicativos de delivery. Seja moderado, pois a conta chega no final do mês ou da fatura.

Cuidado com as compras online: a pandemia acabou popularizando as compras online. Quando você busca um produto em um site de pesquisas, a tendência é que ele te indique lojas parceiras da empresa. Porém, nem sempre estes preços são os mais acessíveis. Use um bloco de notas para analisar loja por loja. Outra dica é quando precisar adquirir um produto que seja usado com frequência, comprar mais de uma unidade pode ser mais vantajoso, até para economizar no frete.

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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