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Empresária cria guarda-roupa inteligente para ser compartilhado

O objetivo é melhor aproveitamento de peças de roupas de uma forma sustentável

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“Dividir as roupas não deixa de ser um pouco de dividir nós mesmos com outras pessoas”. Foi com essa inspiração somada a um conceito de sustentabilidade, coletividade e mais tempo para usufruir a vida que a empreendedora Karen Dinnebier criou a Compartir, marca recém lançada em Gramado que propõe uma nova maneira de vestir.

A iniciativa é “simples”, mas inovadora: um grande guarda-roupa inteligente onde as peças são compartilhadas em formato de aluguel. Além de quem busca novas opções para o vestuário, há também quem disponibiliza suas peças para serem usadas por outras clientes da marca.

“A ideia da Compartir surgiu de um próprio momento de contemplação. Como sou uma pessoa apaixonada por moda, sempre ficava pensando como eu vou fazer com as minhas roupas morando num apartamento pequeno. E se tivesse um lugar onde eu pudesse guardar as peças que não uso com tanta frequência, mas elas continuassem sendo minhas? Juntei isso à ideia das trocas que faço com as minhas amigas e dessa onda toda de compartilhar surgiu a ideia da empresa”, explica Karen.

Segundo a empresária, a ideia é que a empresa ofereça soluções para a área da moda. “No primeiro momento, é um guarda-roupa compartilhado. A pessoa pode alugar peças de outras e fazer uma diversificação no guarda-roupa com um custo baixo e com viés sustentável. Além disso, também pode colocar as peças que não usa tanto e ainda ganhar um percentual em cima do que elas faturarem”, esclarece. 

Moda e sustentabilidade

Para Karen, a moda só faz sentido se for sustentável. E essa ideia é trazida para a empresa e na forma como ela enxerga este mercado. “A moda precisa evoluir muito ainda no que diz respeito à sustentabilidade. Vemos níveis altíssimos de no mundo e a moda é uma das indústrias mais poluentes do planeta, então é urgente e extremamente necessário”, aponta.

Nesse sentido, a empresária também acredita que a moda é um reflexo do comportamento do consumidor e da sociedade. “Não vai ter outra alternativa, vai ser necessário se reinventar com esse olhar específico tanto para tecidos, insumos, mão de obra, enfim, toda a cadeia que envolve o setor vai precisar ter esse olhar de sustentabilidade e não tanto de consumo”, defende Karen. “A moda sempre foi uma precursora de mudanças de comportamentos. A gente viu isso ao longo da história, toda vez que a sociedade mudava os valores e comportamentos, isso refletia diretamente no modo delas vestirem”, complementa.

Expansão para outras cidades

A Compartir foi lançada no final de junho e a empresária avalia positivamente o primeiro mês de funcionamento. "Foi muito interessante, tanto em termos de faturamento como de procura. Somos um projeto pequeno que ainda está em laboratório, estamos experimentando algumas coisas. Eu estou muito feliz, vejo um futuro promissor e espero estar impactando outras pessoas não só na forma da sustentabilidade, mas também na como o negócio se propõe a ser: dividir o lucro, o faturamento, a responsabilidade e também em dividir as roupas, que não deixa de ser um pouco de dividir nós mesmos com outras pessoas”, afirma.

A expectativa  para os próximos meses é de crescimento e expansão para outras cidades - a empresa funciona hoje em Gramado, na serra gaúcha. “Esperamos que a Compartir vire um projeto não só local, mas de vários locais e pessoas. Espero que ela abra caminhos para outras cidades, que a gente encontre a nossa turma não só aqui, mas em outros lugares”, relata Karen. 

Compartir na prática

Quem quiser usufruir dos serviços da Compartir tem diferentes caminhos. Um deles é o aluguel de roupas e acessórios conforme o catálogo disponível. As peças que irão compor as opções são do acervo de Karen e também de outras mulheres que podem chamar a empresa para uma “revisada” no armário, aquela “geral” no guarda-roupa cheio de peças em que apenas as mesmas são usadas. 

Nesse caso, a equipe marca um horário, vai até a casa da cliente e escuta como é a sua vida, que atividades desempenha, que eventos costuma ir para estabelecer  que necessidades o armário precisa suprir. Assim, monta um guarda-roupa com as peças necessárias para o dia a dia e aquelas que a cliente ama, mas não sabe como usar. 

A partir daí, a marca leva para catalogar e disponibilizar para compartilhamento as roupas que a usuária não quer mais. No sistema da Compartir, cada cliente também tem seu histórico de uso e suas medidas para novas peças. O contato para agendamento e aluguéis pode ser feito pelo instagram da empresa. 


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