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Como se preparar para empreender?

É importante se organizar financeiramente antes de abrir o próprio negócio

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Empreender não é uma tarefa fácil. Mas o número de pessoas que encaram o desafio de estar à frente do próprio negócio cresce cada vez mais. De acordo com um levantamento do Sebrae, somente nos primeiros quatro meses de 2021, mais de um milhão de pequenas e micro empresas (PMEs) foram abertas no Brasil. 

Nenhum novo negócio tem a garantia de que vai dar certo. Entretanto, existem alguns passos que podem auxiliar quem tem o sonho de empreender. Ter uma boa ideia é o pontapé inicial, mas conforme destaca a empresária à frente Chiela Estratégia e colunista do Bella Mais, Patrícia Chiela, não é o suficiente. 

“É preciso investigar o máximo possível a sua ideia e se ela tem espaço no mercado. Também buscar referências de coisas que existem e são semelhantes, entender onde ela vai ser diferente daquilo que já existe”, explica. 

A organização financeira também é muito importante no processo de empreender, afinal, não há garantia de renda fixa. “Se organizar financeiramente para poder viver um tempo sem que a ideia dê um retorno suficiente para sustentar o padrão de vida que ela mantém é essencial. Uma organização financeira pessoal evita que a pessoa sacrifique a ideia e o processo natural do lançamento e a maturidade do negócio”, aponta Patrícia. 

Autoconhecimento

Outro fator importante é entender até que ponto temos os recursos necessários para o negócio e quando vamos precisar de ajuda externa. Por exemplo: uma pessoa pode ser boa em planejar, mas nem tanto em executar; ou mesmo ter conhecimento em certa área, mas não em outra.

“Acredito que qualquer pessoa pode empreender desde que ela saiba das suas próprias limitações e aquilo que ela vá precisar buscar de conhecimento e até mesmo de comportamento em um sócio, parceiro ou fornecedor”, afirma a empresária. 

Para Patrícia, existem algumas pessoas com comportamentos que estão mais alinhados com o perfil empreendedor - o que não impede outras de escolher este tipo de carreira. “A grande questão é se conhecer o suficiente. É preciso um senso de ‘fazer diário’. Muitas vezes as pessoas quando se veem com a empresa rodando não se enxergam com tudo que precisa dentro de si para poder sustentar essa escolha. Empreender é uma escolha de carreira, um jeito de viver”, destaca.

Estou preparado?

Como saber se você está preparado para empreender? Para Patrícia, não há uma resposta certa. Porém, a elaboração está ligada à segurança com o que se está oferecendo ao mercado. E mais do que isso, experimentar a ideia para saber se é possível alcançar o resultado desejado.

“O negócio tem fases. Quando se lança, o estar preparado é uma coisa. Já quando cresce, estar preparado é outra. E se a pessoa não andou junto com o tamanho da empresa e não se desenvolveu junto, corre o risco de travar o crescimento”, relata. “A questão de estar preparado nunca morre, todo dia é um ‘dia do zero’. Mas confiar e ter o máximo possível de evidências que aquilo que se vai botar no mercado tem valor pra alguém é um bom caminho”, complementa.

O que é preciso

Empreender é correr riscos. É necessário prever todos os tipos de cenários e ter planos para responder a cada um deles. “Na pior das hipóteses, eu seguro a onda? É preciso estar organizado para o caso do negócio não dar certo. Por isso, a organização financeira inicial é tão importante”, lembra Patrícia.

Outro ponto destacado pela empresária é o senso de melhoria constante. “O nível de exigência do consumidor aumenta cada vez mais, mesmo com empresas de menor porte. Por isso, é preciso ter certeza no produto que se coloca no mercado”, destaca.

Para finalizar, Patrícia salienta que quem quer empreender sacrifica muitas coisas da vida pessoal e não há outro jeito de construir algo que cresça sem ser dessa forma. “Por isso, é preciso entender também o seu momento de vida. Muitas vezes, existe a ideia boa, a pessoa tem o perfil, mas tem outros focos de vida naquele momento”, aponta.

Também é preciso ter clareza de que, em muitos casos, experimentar se a ideia terá adesão, muitas vezes significa um desequilíbrio financeiro e talvez emocional. “É essencial entender se tem a capacidade de executar aquela ideia para que ela seja de fato percebida com potencial que ela tem. A execução é mais importante que a própria ideia”, finaliza.

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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