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Atendimento personalizado foi a aposta certeira do vestuário na pandemia

Modelos de negócio criativos para manter vendas e valorizar as clientes

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O último ano foi de adaptações para diversas áreas. Muitas empresas tiveram de se reinventar para se manterem competitivas no novo cenário. Foi assim com o setor do vestuário. As lojas viram nos meios digitais uma solução para manter seus produtos próximos dos clientes.

O contato via whatsapp, instagram e plataformas de e-commerce fez com que os clientes seguissem por dentro das novidades das marcas e mais do que isso, continuasse adquirindo produtos. O Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e Malharias da Região Nordeste aposta em crescimento de 10% nas vendas, em relação a 2020.

Personalização das vendas

Parece contraditório, mas a pandemia foi também uma oportunidade para que as marcas se aproximassem dos clientes. Mas não foi uma aproximação física, mas a partir do entendimento das necessidades de quem compra. A empresária Letícia Todeschini Hoffmann, sócia da B+L Moda Feminina, conta que potencializou o trabalho de venda individualizada.

“Durante a pandemia, as pessoas se tornaram mais carentes de atenção e cuidado. Com isso, percebemos que um olhar diferenciado da nossa parte faz diferença. E ele pode vir, por exemplo, no ato de sugerir para a cliente uma peça que vimos e lembramos dela. Isso faz com que ela se sinta cuidada e lembrada e ajuda muito na nossa relação”, declara.

Para Letícia, um dos principais aprendizados trazidos durante a pandemia foi justamente a importância de entender “as dores” das clientes e saber atender as necessidades de cada uma. “Se ela está mais em casa e com isso, usando roupas mais confortáveis, temos que rever inclusive os produtos que vendemos para estarmos adequados a essa realidade”, exemplifica.

Outro serviço aprimorado e intensificado pela B+L, foi o envio de sacolas e malas, com peças escolhidas pelas clientes, para que elas possam experimentar no conforto e segurança de casa. Já o atendimento presencial passou a ser com hora marcada, também visando os protocolos necessários para o momento. “Decidimos personalizar ao extremo”, destaca a empresária. 

Compras assertivas

As mudanças no atendimento refletiram também nas compras de estoque de mercadorias. Antes da pandemia, elas eram feitas de forma antecipada e por coleções, adquiridas de um ano para outro. Porém, Leticia e a sócia perceberam que o método precisava ser revisto para entender a necessidade de cada momento e adquirir as peças de imediato, conforme o cenário.

"Procuramos novos fornecedores, que trabalham com pronta entrega. Eles têm o produto, verificamos se a cliente tem interesse e fazemos a compra”, explica. 

Nesse sentido, a realização de pré vendas online também colaboraram. “Lançamos produtos nas redes sociais, oferecemos para as clientes que já sinalizam interesse em experimentar essas peças. Então, fazemos um pedido já direcionado, de tamanhos correspondentes a cada modelo. Com isso, minimizamos as peças que vão ‘encalhar’, conseguimos atender um número maior de interessadas e fazemos uma compra assertiva”, relata Leticia.

Para a empresária, este atendimento individualizado, além de criar uma proximidade com as clientes, também mostra o real sentido do trabalho, que é a autoestima. “Quando a pandemia teve início, muitos pensaram que o público deixaria de comprar roupas novas, por não serem itens de necessidade básica. Porém, comprar uma peça que te deixe bonita, faz com que a gente também melhore nosso astral. Eleva a autoestima e isso é muito importante nesse momento”, finaliza.

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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