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Em meio à pandemia empresas deram a volta por cima e conseguiram se reinventar

Conheça a história de empresários que tiveram sucesso na crise

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Não há dúvidas que o mercado de trabalho teve de passar por adaptações no último ano. Muitas empresas passaram dificuldades e algumas, lamentavelmente, tiveram que fechar as portas. Mas a crise motivada pela pandemia também gerou oportunidades para quem conseguiu driblar as dificuldades. 

O Bella Mais traz três histórias de empresas que se reinventaram durante o isolamento social e tiveram sucesso nos negócios, em diferentes áreas.

A aposta no digital que deu certo

A pandemia da COVID-19 chegou ao Brasil em março de 2020 e com ela, a necessidade de fechamento do comércio. Com a Lizáli, marca de roupas femininas de Porto Alegre, não foi diferente. Após um mês sem abrir, Fabiane Rittes e as sócias começaram a ficar atentas a uma demanda: o uso de máscaras. “Tínhamos fábrica, máquina e tecidos. Então decidimos começar a produzir máscaras e ajudar de alguma maneira. Desenvolvemos um modelo próprio e foi com a venda delas que ‘sobrevivemos’ ao mês de abril”, conta Fabiane.

Ainda antes da pandemia, em janeiro do ano passado, Fabiane havia participado de um curso no Sebrae com foco no e-commerce. Mesmo sem saber à época, o aprendizado seria fundamental durante o ano - pois a grande aposta da marca, que ainda precisou ficar um tempo com a loja física fechada, foi justamente focar nas vendas digitais. “Nós tivemos em 2020 um crescimento de 500% na venda online. Conseguimos manter as contas em dia e não demitimos ninguém da equipe. Trabalhamos estratégias de venda pelo whatsapp e começamos a entrar no mundo das lives do instagram”, relata a empresária. 

O público quer conhecer quem está atrás da marca

As primeiras edições foram voltadas para promoções e depois, sendo aprimoradas. “Na live de Dia das Mães, por exemplo, em quatro horas vendemos o mesmo valor de 15 dias de loja física. Passamos a usar todos os recursos das redes sociais. Minha mãe, também sócia, passou a aparecer. Eu mesma descobri um novo dom: acho que posso ser apresentadora de lives para o resto da vida, porque tá aí uma coisa que eu nunca imaginei que fosse fazer”, garante Fabiane.

De acordo com a empresária, um dos maiores ensinamentos trazidos pelo período foi que é possível se superar muito diante das dificuldades. “A gente se descobriu muito mais forte e resiliente. Outra descoberta foi que nós somos os melhores influenciadores das nossas marcas. As pessoas querem ver quem está por trás, quem está fazendo. Isso humaniza e passa muito mais credibilidade. Não é fácil, mas dá para fazer, tem saída”, finaliza.

O home office que funciona

A Netfive, empresa com foco na segurança da informação e serviços de TI, já planejava a migração do trabalho para o home office antes da pandemia. “Já falávamos em trabalhar neste formato, mas tínhamos receio de abrir mão da sede e isso gerar uma visão ruim para o mercado. Porém, a pandemia acabou ‘facilitando’ este fator e trazendo um novo olhar para o modelo. E como a gente imaginava, deu super certo pra nós”, relata o CEO da empresa, Henrique Schneider. 

Os números comprovam o sucesso do modelo adotado: só em 2020, a empresa cresceu 19%. Para Henrique, dois fatores motivaram os bons resultados: o mercado do setor e a preparação da empresa, antes mesmo da coronavírus. “A TI foi um dos setores que acabaram sendo beneficiados no último ano - afinal, a maioria das empresas que precisaram se reinventar usaram a tecnologia como aliada. Além disso, nossos serviços foram reestruturados em 2019, um ano antes da pandemia, e portanto estávamos muito bem preparados para atender a demanda que estava por vir. O nosso time também está alinhado, o que facilita muito na gestão e na qualidade do serviço prestado”. 

Crescimento que motiva

E 2021 se mostra ainda mais animador para a empresa: no primeiro semestre, foi registrado um crescimento de 25% - meta que estava prevista somente para o final do ano. “Foram nove novos clientes conquistados durante os últimos meses, além de um aumento de 30% na equipe. O setor de TI está muito bem e os nossos clientes também estão evoluindo”, comemora o CEO. 

A pandemia como uma oportunidade

Desde o início da pandemia, Fabiane Hoff e a sócia e irmã, Tatiane, à frente da H. Maria Jóias, tomaram uma decisão: elas sairiam melhor da crise. Foi esse pensamento que moveu as empresárias para um crescimento inesperado durante o último ano. “Decidimos não abrir mão do nosso formato de vendas, em que as consultoras vão até as clientes. Investimos num protocolo de atendimento seguro, que envolveu a distribuição de um produto de limpeza hospitalar para todas as nossas consultoras e conseguimos retomar as vendas”, conta Fabiane. 

As irmãs adotaram um posicionamento de enxergar uma oportunidade na dificuldade. “Decidimos que sairíamos melhor daquele ano. E quem não tivesse esse mesmo pensamento, não ficaria na empresa.”, afirma a empresária. Muitas consultoras que tinham a H Maria como uma renda secundária, passaram a colocá-la como principal, por conta do mercado de trabalho. 

Atendimento diferenciado

O atendimento humanizado passou a ser essencial e valorizado por elas. “As consultoras passaram a ter de conhecer melhor as clientes - quando iam entregar os kits, já separavam peças que combinavam com aquela pessoa. Então se passou a olhar mais para as clientes. Não tínhamos essa prática, pois costumávamos mostrar o kit completo. E essa vai ser uma prática que vai continuar sendo usada daqui pra frente”.

O momento da compra, que se dá pelo relacionamento, acaba sendo uma situação feliz - pois as pessoas sentiam falta disso. Amenizava a situação difícil trazida pela pandemia. “As clientes também se sentiram felizes de estarem ajudando uma empreendedora individual. Vimos mulheres apoiando mulheres”.

Para a empresária, um dos principais aprendizados é que além de profissional, precisamos ser humanos. “Apesar do digital, seguimos acreditando no contato humano e isso foi um diferencial pra gente, entender as pessoas”, observa. O próximo passo da empresa é o lançamento do Instituto H Maria, com foco em qualificar ainda mais a equipe. “Nossa meta é chegar a 700 consultoras qualificadas em todo o Estado. E o foco será justamente o relacionamento e elemento humano”, finaliza Fabiane. 

por Mariana Nunes

Mariana Nunes é jornalista. Ama café, praia, chocolate e futebol - não necessariamente nessa ordem. É torcedora fervorosa do Internacional e repórter do Bella Mais. @a_marinunes


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