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Shampoos antiqueda realmente funcionam?

Especialista explica o que deve ser observado para que o produto faça efeito

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Segundo dados da Sociedade Brasileira do Cabelo (SBC), apenas em 2018, o número de pessoas atingidas pela calvície chegou a marca de 42 milhões. Apesar do senso comum, não foi apenas o público mais velho que sofreu: jovens com idades entre 20 e 25 anos representam 25% dos dados relacionados à queda, geralmente estimulada por problemas emocionais e genéticos.

Especializada em Cosmetologia Avançada, Jackeline Alecrim, explica que a alopecia se caracteriza pela perda de cabelos, mas não necessariamente apenas quando há queda. “Há casos onde ocorre o afinamento do fio, portanto, tratar o folículo capilar pode ter resultados rápidos e visíveis”, esclarece. 

Os shampoos comuns têm apenas uma finalidade: higienizar o couro cabeludo. Já os chamados dermocosméticos, produtos clinicamente testados, podem trazer resultados efetivos para a alopécia androgenética ou calvície — condição dermatológica que atinge homens e mulheres. Eles, sim, podem ajudar que enfrenta o problema. “Estudos demonstram que ativos veiculados através de shampoos cientificamente desenvolvidos e englobados na classe de dermocosméticos apresentaram efeitos benéficos em pacientes acometidos por esta condição. Essa possibilidade representa um avanço importante no tratamento, já que aumenta o leque de opções de coadjuvantes para combater a queda de cabelo”, afirma a pesquisadora.

Shampoos X queda de cabelo

Em suas pesquisas, Jackeline Alecrim desenvolve estudos sobre ativos naturalmente presentes no extrato biotecnológico do café e sobre a cafeína, molécula que apresenta alta bioafinidade pela via folicular e que penetra facilmente nos folículos pilosos, tendo a capacidade de inibir substâncias como a diidrotestosterona (DHT), diretamente envolvida em quadros de calvície masculina e feminina. 

De acordo com ela, o tratamento via folicular, no couro cabeludo, é considerado muito efetivo. “Isso caso as substâncias estejam em um tamanho molecular correto e sejam veiculadas através de shampoos específicos e aplicadas no couro cabeludo, área que precisa ser tratada para a efetividade do tratamento”, afirma Jackeline. “A aplicação no comprimento dos fios não alcança efetividade, já que esta região não apresenta atividade fisiológica”, complementa.

A cientista explica que há uma regra básica para absorção de ativos por via tópica: quanto mais fios em uma região, maior é a capacidade de absorção de ativos. Assim, o couro cabeludo pode ser considerado a via externa com a maior capacidade de absorção, já que cada fio de cabelo está fixado em uma abertura, o poro, com comunicação direta para o interior dos folículos pilosos.

 

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