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Conheça as 5 marcas de moda que lideram o Índice de Transparência da Moda Brasil

Relatório mostra impacto de políticas e práticas sociais e ambientais das 50 maiores marcas do país

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As marcas C&A (70%), Malwee (66%), Renner (57%), Youcom (57%) e Adidas (53%) são as cinco melhores colocadas no Índice de Transparência da Moda Brasil (ITMB), divulgado hoje pelo Fashion Revolution Brasil. Em sua quarta edição, o relatório revela em que nível 50 grandes marcas e varejistas do mercado brasileiro estão divulgando publicamente dados sobre suas políticas, práticas e impactos sociais e ambientais ao longo de toda a cadeia de valor. 

Dentre as empresas pesquisadas, a pontuação média foi de 18%, mas a maior parte delas está concentrada na faixa de 0-10%. Entre elas, 17 zeraram a pontuação no índice: Besni, Brooksfield, Caedu, Carmen Steffens, Cia. Marítima, Colcci, Di Santinni, Fórum, Kyly, Leader, Lojas Avenida, Lojas Pompéia, Marisol, Moleca, Nike, Sawary e TNG.

Transparência ainda precisa ser trabalhada

A indústria da moda é uma das maiores emissoras de carbono no planeta e utiliza matérias-primas de fontes não renováveis ou de monoculturas com alto uso de pesticidas. Isso contribui para a contaminação do solo e das águas com componentes químicos e gera uma grande quantidade de resíduos ao longo de toda a cadeia de produção até o fim da vida útil de uma peça.

Apesar disso, das 50 marcas analisadas no ITMB 2021, apenas 22% publicaram metas com base científica relacionadas ao clima e segundo o relatório, nenhuma publicou um compromisso mensurável para o desmatamento zero; 20% publicam uma estratégia mensurável para a gestão de materiais sustentáveis e 14% divulgam a referência utilizada para definir matéria-prima sustentável. Além disso, 20% publicam a quantidade de fibras que usam anualmente e apenas 14% divulgam progresso na eliminação de químicos perigosos.

Impactos da pandemia na indústria da moda

A pandemia da COVID-19 gerou um grande impacto na vida dos trabalhadores da cadeia produtiva da moda, especialmente para pessoas em situação de maior vulnerabilidade. O ITMB 2021 revela que apenas 20% das marcas analisadas divulgaram a quantidade de funcionários que tiveram redução de salários ou foram demitidos e apenas 4% o número de trabalhadores da cadeia de fornecimento que tiveram salários atrasados ou contratos suspensos. O relatório mostra ainda que apenas 12% publicaram a diferença salarial entre mulheres e homens dentro da empresa e nenhuma tornou pública as diferenças salariais de seus funcionários, sob a perspectiva racial.

Segundo o Fashion Revolution, ser transparente não significa, necessariamente, ser sustentável, no entanto, a transparência pode ser entendida como uma ferramenta que ajuda a compreender todas as etapas da cadeia de valor da indústria da moda – desde a extração da matéria-prima até o descarte. E a partir dela, trazendo à tona os desafios e problemas sociais e ambientais presentes nos bastidores da indústria, é que será possível agir de forma eficaz em prol dos direitos humanos e da natureza. O ITMB é um primeiro passo na busca dessa transparência e de uma moda mais sustentável.

O levantamento contou com o apoio financeiro da Laudes Foundation e do Sebrae, e da parceria técnica da ABC Associados, consultoria especializada em análises de desempenho de empresas e avaliou mais de 200 indicadores que cobrem tópicos relacionados a respostas à COVID, práticas de compra, salários justos, igualdade de gênero e racial, circularidade, clima e biodiversidade, entre outros.

 


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