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Marcas gaúchas se unem para incentivar consumo local e evitar agravamento da crise

Movimento Moda Autoral Gaúcha (MAG) pede que consumo seja focado nas pequenos empreendedores locais

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Todos os negócios estão sentindo os efeitos da pandemia de COVID-19. Mas um setor em especial vem sofrendo mais: as marcas autorais de moda. São pequenas empresas, muitas vezes sem colaboradores diretos mas com linhas de produção terceirizadas, que trabalham com pequena escala, aproveitamento de matérias-primas e respeito com aos fornecedores e foco na mão de obra local.

Mais do que isso, são empresas praticamente sem capital de giro, que dependem exclusivamente do que vendem diariamente para continuar funcionando. Para tentar reverter essa situação e chamar a atenção para a importância e a qualidade desses pequenos negócios foi lançado o movimento Moda Autoral Gaúcha (MAG) que, além de empresários, reúne também pesquisadores da área de moda.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O objetivo não é incentivar o consumo pelo consumo, mas despertar o consumo consciente e local. “O Rio Grande do Sul tem profissionais e criadores excelentes, que normalmente saem daqui por falta de oportunidade e mercado. Queremos que esses talentos permaneçam, gerem riquezas aqui”, explica Bia Job, da 2b Comfy Wear - uma das marcas que integram a iniciativa.

Além dos criadores em si, existe toda uma cadeira de fornecedores locais, cujo empobrecimento vai refletir diretamente na qualidade de vida das cidades, que precisa ser observada. “Temos acesso a produtos que vem de fora mas não valorizamos o que está perto: o mercadinho da esquina ou quem está empreendendo localmente e empregando mão de obra daqui. Inverter esse padrão tem impacto positivo na sociedade”, explica Itiana Pasetti, da Revoada, outra marca que faz parte do MAG.

Novas formas de consumir localmente

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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O Moda Autoral Gaúcha propõe mudanças na forma de consumo. Ao invés de consumir nas grandes redes de fast fashion, que geram empregos em outros lugares, priorizar a compra de produtos gaúchos, produzidos aqui, faz com que a economia gire positivamente. “As marcas locais trazem consigo toda uma cadeia produtiva, famílias inteiras que muitas vezes estão por trás dessas marcas. Essa preocupação já existia e, com a pandemia, percebemos que a cadeia produtiva poderia parar e aumentar o desemprego”, acrescenta Bia.

Das 20 marcas que compõem inicialmente  grupo, cerca de 80% são liderados por mulheres. Muitas delas resgatam aspectos culturais do Rio Grande do Sul, como a Dona Rufina que usa técnicas de feltragem em bolsas e acessórios inspirada no pampa gaúcho e foi convidada a participar da Semana de Moda de Milão. “Não queremos mais chamar quem compra os produtos de cliente. Ele é mais do que isso, é um investidor. Ao fazer uma compra de marcas locais, ele está investindo na perpetuação dessa marca, desse sonho; além de manter a economia local viva”, acrescenta Itiana.

Futuro prevê um selo

O grupo está buscando formas de ampliar sua atuação, com marcas do interior e determinação de critérios bem estabelecidos. O próximo passo é criar um selo que, com embasamento teórico, tenha critérios técnicos de avaliação das marcas e futuras auditorias. “A marca que terá o selo MAG será confiável no sentido de sustentabilidade, do resgate do saber manual e perpetuação das marcas que valorizem a manualidade do fazer, por valorizar a cultura local. Então, vamos começar incentivando e consumo local e depois evoluir para o selo”, projeta Itiana.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

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Para que as marcas recebam o selo da MAG, elas terão de cumprir as normas previstas em quatro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. São eles:

  • Promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo e trabalho decente para todas e todos;
  • Reduzir a desigualdade dentro dos países e entre eles;
  • Tornar as cidades e os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis;
  • Assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis.

Quer saber mais sobre as marcas de moda e acessórios que compõem o MAG? Acesse o instagram do movimento ou confira a lista completa até o fechamento dessa matéria:

2B Comfy Wear

Begonia Embroidery 

Bendi 

Bibiana SH Acessórios 

Brisa Slow Fashion  

CAON lingerie

Claudia Casaccia Design 

Cylene Dallegrave

Dona Rufina Design 

Fernanda Filippis

Oceânidas

Pro Me Lingerie

Revoada

RGLOOR Luxo Sustentável 

Tres Acessories

True Color

Tsuru Alfaiataria

Umpraum Vestuário 

Weave Slow Fashion

por Fabiane Madeira

@fabianemadeira é apaixonada por comida, mas vira e mexe briga com a balança. Adora cinema, mas não é cinéfila. É empresária, dinda e tia babona. É editora do Bella Mais e gremista desde sempre.


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