Rio Uruguai e os desabrigados, vitrine das tragédias e sistema político

Rio Uruguai e os desabrigados, vitrine das tragédias e sistema político

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Rio Uruguai e os desabrigados

A situação da cheia está agravando-se em parte da Fronteira Oeste. Nas regiões do baixo Uruguai, São Borja, Itaqui, Uruguaiana e Barra do Quaraí acumulam-se 6.429 desabrigados ou desalojados. Uruguaiana é o único município da região em que a enchente persiste. Nas demais cidades o rio está baixando lentamente (CP, 26/10). No dia seguinte, 27/10, a notícia de que “Uruguaiana tem segunda maior enchente da história” (CP, 27/10) informava sobre o temor dos ribeirinhos de que as condições das cidades da região poderiam piorar. Até quando esta condição irá continuar? Chega de tanto sofrimento.
Lúcia Maria S. de Freitas, Porto Alegre, via e-mail

Vitrine das tragédias

O triste visual da tragédia na enchente em nosso Estado mostra, além das dolorosas imagens da destruição e perdas humanas, o inescrupuloso desejo de promoção pessoal. Seja ela política ou profissional deve ser repugnada de todas as formas, principalmente quando tenta extorquir do ser humano seus mais nobres e pessoais sentimentos. Aliando a isso ficam as promessas políticas que, passada a tempestade, são simplesmente esquecidas, colocadas na gaveta, ou viram lixo numa folha de jornal. Mostrem-nos como estão as comunidades de Caraá, Maquiné, etc., depois do primeiro ciclone, e de outras catástrofes que foram categoricamente esquecidas. Não há mais vitrine política. A hipocrisia e a demagogia talvez sejam a maior e mais duradoura catástrofe do nosso país. 
Marcelino Pogozelski, Porto Alegre, via e-mail

Sistema político

O brasileiro de forma soberana decidiu que nossa forma de governo é republicana, o nosso sistema de governo é presidencialista e que a forma do estado é federativa. Embora alguns insistam que o comunismo pode voltar, nunca tivemos um sistema de governo comunista desde 1500, quando fomos descobertos pelos portugueses. Entretanto, estamos há muitos anos assistindo nas três esferas de poder executivo (federal, estaduais e municipais), uma precarização do Legislativo, com a posse cada vez maior de políticos despreparados, alguns desqualificados para o exercício de tão nobre missão. Uma parcela destes políticos (vereadores, deputados estaduais e federais) age de forma a supostamente coagir prefeitos, governadores e o presidente da República. Formam bancadas governistas, bases de apoio que votam apenas em troca de cargos, recursos de emendas parlamentares e outras formas de chantagem. A situação favorece os conluios entre Executivo e Legislativo, beneficiando a classe política e facilitando ações de corrupção. É preciso repensar o sistema político para voltarmos a ter independência entre os poderes.
Rafael Moia Filho, Bauru (SP), via e-mail


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