Ao mesmo tempo em que o lixo eletrônico, pela forma como for descartado, pode representar um perigo para o meio ambiente, pode também representar uma perspectiva positiva a ser explorada pela coletividade. Tudo vai depender do enfoque que se der a este ponto, que demanda atenção, protocolos e suportes adequados para ser minimamente equacionado. Como se sabe, as gerações vão se sucedendo e aquilo que é uma grande novidade numa época passa a ficar obsoleto em outra. Nem precisamos ir longe, temporalmente falando, para constatar isso. Muitos conheceram os disquetes, que hoje já não encontram equipamentos para rodar, num tempo em que os arquivos vão sendo colocados para além das máquinas, nas chamadas nuvens.
O conceito de lixo eletrônico é amplo, mas pode ser exemplificado por meio de alguns aparelhos e itens. Entre eles estão eletrodomésticos, como geladeiras, micro-ondas, ventiladores, liquidificadores; dispositivos de informática, como computadores, notebooks, monitores, impressoras, mouses, teclados; celulares e acessórios, como smartphones, carregadores, fones de ouvido, baterias; televisores e equipamentos de áudio, como TVs, rádios, caixas de som, DVDs; peças e componentes, como placas-mãe, HDs, chips, cabos, circuitos; instrumentos médicos e industriais, como artefatos hospitalares, sensores e máquinas automatizadas. Todos eles são passíveis de disseminar os efeitos de metais pesados, como chumbo, mercúrio e cádmio, além de microplásticos, contaminando o solo e os lençóis freáticos. É por isso que deve haver uma intervenção positiva capaz de prevenir esses graves danos. Para tanto, é essencial colocar em prática algumas parcerias que possam mitigar essas adversidades. Entre elas, podemos correlacionar centros de coleta e ecopontos; programas de reaproveitamento dessas unidades na capacitação de alunos e de jovens; parcerias com universidades e empresas; iniciativas de pesquisa e inovação voltadas à gestão sustentável de resíduos eletrônicos.
Existe um antigo ditado que aconselha a transformar o limão em limonada. A sabedoria popular é carregada de ensinamentos. Na questão do descarte de eletrônicos, essa possibilidade está em aberto e com bastante viabilidade.