Um olhar aos que parecem invisíveis

Um olhar aos que parecem invisíveis

O crescimento exponencial do montante de moradores de rua exige a elaboração de políticas públicas mais eficientes para proteger esses brasileiros que se encontram invisíveis e à margem da sociedade.

Correio do Povo

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Um dos problemas mais graves do país, notadamente nas grandes cidades, o que inclui Porto Alegre e outras capitais, diz respeito ao aumento constante do número de moradores de rua. Trata-se de uma questão social que também tem reflexos no cotidiano da população, já que parte desse contingente, uma parte, ressalte-se, seguidamente recebe a imputação de cometer delitos para alimentar eventuais vícios. Outrossim, o segmento costuma ficar à margem da sociedade, sem zelos, sem alimentação adequada, sem higiene e desprovida de laços familiares e afetivos. Esse panorama só é mitigado por conta de ações de cunho assistencial levadas a efeito por conta de órgãos públicos e do trabalho voluntário de grupos de abnegados.

Tal realidade exige a elaboração de políticas públicas voltadas a reverter esse quadro de abandono, buscando a inclusão desses cidadãos e cidadãs, que não podem continuar invisíveis aos olhos da coletividade. É por isso que vem em boa hora a notícia de que o governo federal reservou um aporte de quase um bilhão de reais para serem investidos em medidas protetivas, preventivas e de ressocialização. Nesta segunda-feira, o presidente Lula coordenou uma cerimônia para lançamento do Plano Ruas Visíveis - Pelo Direito ao Futuro da População em Situação de Rua. A iniciativa dá concretude para a Política Nacional para a População em Situação de Rua e trabalha com 99 ações a partir de sete eixos: assistência social e segurança alimentar; saúde; violência institucional; cidadania, educação e cultura; habitação; trabalho e renda; e produção e gestão de dados. Essa interação demanda 11 ministérios, em parceria com governos estaduais e municipais e em articulação com os movimentos sociais, bem como com outros órgãos e instâncias representativas.

As ruas brasileiras precisam ser lugar de mobilidade, com segurança e um espaço coletivo de boa convivência. Enquanto houver brasileiros com seus direitos aviltados pelas vias públicas, estaremos longe de uma nação mais justa e mais inclusiva.

 


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895