União policial contra o tráfico humano

União policial contra o tráfico humano

Não é difícil intuir os traumas que ficam naqueles que tiveram sua liberdade tolhida para serem reduzidas a objeto nas mãos de grupos delituosos. Urge identificar e punir os responsáveis por essas condutas danosas.

Correio do Povo

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Um dos crimes mais revoltantes em todos os tempos e em todas as eras diz respeito ao tráfico de pessoas, que, levadas à força ou enganadas para serem empregadas em diversos tipos de ofícios, são aliciadas tanto para o trabalho escravo como para a prostituição forçada. Ao chegar ao lugar ou país de origem, a vítima é despojada de meios de comunicação ou mesmo de condições para sobreviver, ficando à mercê das organizações criminosas. De acordo com um levantamento realizado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o tráfico humano movimenta cerca de 30 bilhões de dólares em todo o mundo, uma cifra astronômica.

Devido ao isolamento e ao cerco que é feito aos traficados, muitas vezes iludidos com promessas de bons trabalhos e altos ganhos, é muito difícil que eles consigam por si somente buscar ajuda e comunicar-se com as autoridades locais. É por isso que é necessário que haja denúncias fundamentadas e uma rede de colaboração internacional entre as polícias de todas as nações, com investimentos efetivos em inteligência investigativa. Foi graças a essa interatividade dos órgãos policiais nacionais e espanhóis que duas brasileiras puderam ser libertadas na Espanha. Dois brasileiros envolvidos com o crime foram presos naquele país e um grupo de aliciamento no Brasil está na mira da poder público em Goiás.

Não é difícil intuir os traumas que ficam naqueles que tiveram sua liberdade tolhida para serem reduzidas a objeto nas mãos de grupos delituosos. Urge identificar e punir os responsáveis por essas condutas danosas que tantos males causam para aqueles que caem em seus ardis. Situações assim demandam penas mais rigorosas. Ao mesmo tempo, é fundamental apostar em campanhas de esclarecimentos e meios preventivos para evitar que inocentes sejam manipulados de forma condenável. Há um velho ditado que diz que nem tudo que reluz é ouro. A cautela pode fazer toda a diferença na hora de acreditar em propostas duvidosas. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895