O golpe do Pix agendado

O golpe do Pix agendado

O golpe do Pix agendado agora conta com uma central de atendimento por voz e teclado a serviço do crime. Uma grande quantia estaria para sair da conta das vítimas. Urge estar atento e desligar imediatamente.

Correio do Povo

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Como se sabe, o portfólio de crimes dos meliantes é enorme e seguidamente eles vão aperfeiçoando seus modos de operação em velhos delitos e criando novos, valendo-se das modernas tecnologias e, sempre, aproveitando-se da boa-fé e até da ingenuidade de suas infelizes vítimas. É assim que vemos até hoje em voga o conto do bilhete, encenação convincente sobre o que seria um bilhete premiado que poderia ser entregue ao ludibriado mediante certa quantia combinada entre as partes. Há outros golpes mais recentes, como o da taxa de entrega de flores, que acaba culminando com o furto do cartão de crédito, ou o do WhatsApp forjado, o qual tem seu uso para, com um perfil falso, solicitar dinheiro para amigos e parentes.

Dentro das diversas modalidades de ilícitos, há o do valor programado para ser pago, que consiste numa mensagem de texto informando que houve uma suposta compra no cartão bancário da pessoa e que há uma quantia para ser quitada. Vem um telefone, geralmente 0800, junto para ela ligar, quando acaba falando com o golpista, que, dizendo-se ser do banco, a orienta a retirar o valor da conta como segurança e repassar para uma outra indicada por ele. Claro que o valor nunca mais retorna. Pois agora esse método ganhou um estágio avançado: o cliente recebe uma mensagem de voz como se fosse realmente a central de atendimento de sua instituição, inclusive com orientações on-line para clicar em opções no teclado. Na gravação, há a informação de que um Pix de valor elevado foi agendado, com “instruções” para cancelar que levam à transferência de valores. A verossimilhança é muito grande com um real contato do banco e, se não se estiver muito atento, as possibilidades de cair nessa armadilha são muito grandes.

Diante desses tantos recursos empregado pelos delinquentes, urge que autoridades, operadoras de telefone, bancos e órgãos públicos se unam para desativar essas ferramentas que eles usam para obter lucro fácil. Não é aceitável que o crime organizado avance no cotidiano sem encontrar resistência efetiva daqueles que têm a atribuição de defender a sociedade.


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