A gravidade dos impasses do clima

A gravidade dos impasses do clima

Se antigamente o aquecimento global era tido como fator de desequilíbrio climático num futuro ainda por se manifestar, o fato é que esse tempo chegou e estamos já nele, vivenciando todas as suas vicissitudes.

Correio do Povo

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Se antigamente o aquecimento global era tido como fator de desequilíbrio climático num futuro ainda por se manifestar, o fato é que esse tempo chegou e estamos já nele, vivenciando todas as suas vicissitudes. As evidências podem ser encontradas nas enchentes no Sul e no Sudeste e nas secas vislumbradas no Norte e no Nordeste, afetando fauna, flora e a vida humana, com consequências trágicas, como no caso de mortes, de falta de alimentos, de feridos, de desorganização da economia local, na perda de moradias, na degradação do solo e dos chamados “rios voadores”, entre outros pontos. 

Diante desse cenário adverso, é muito importante ouvir especialistas que possam emitir coordenadas e fornecer subsídios para a elaboração de políticas públicas e privadas que possam amenizar esse contexto, que se desenha preocupante a curto, médio e longo prazos. Já é sabido e consabido, por exemplo, que a atual velocidade da destruição dos recursos naturais não mais permite que a natureza possa recuperar o que foi degradado. Um dos cientistas a serem ouvidos é o climatologista Carlos Nobre, pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo. Para ele, a intensidade e a frequência, com intervalos cada vez menores, entre fenômenos naturais como o El Nino, deixam claro que toda essas alterações no clima são o mau resultado da ação humana sobre o planeta. Ele lembra que até por volta de 2019, havia em torno de 3,5 ondas de calor por década. Atualmente, estima que já deve estar ocorrendo uma em cada dois anos. 

No caso em tela, com um diagnóstico e constatações evidentes da tendência de agravamento das condições ambientais, vale ressaltar a advertência do pesquisador no sentido de que urge implementar as medidas firmadas no Acordo de Paris, com a redução gradativa do uso dos combustíveis fósseis, visando estimular fontes limpas, como as energias eólicas, solar e o hidrogênio verde. É preciso encontrar consensos e alternativas para reverter um quadro adverso à sobrevivência das atuais e das futuras gerações. 


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895