O aquecimento do continente antártico

O aquecimento do continente antártico

O continente é o principal regulador térmico da Terra. Além de controlar as circulações atmosféricas e oceânicas, influencia o clima e as condições de vida no planeta e detém as maiores reservas de gelo e água doce.

Correio do Povo

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A Antártica, o espaço e os fundos oceânicos são as últimas grandes fronteiras a serem conquistadas pelo homem. É o continente dos superlativos, pois é o mais frio, mais seco, com os ventos mais fortes, o mais remoto e o mais preservado de todos do planeta. Para o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, a Antártica é o principal regulador térmico da Terra. Além de controlar as circulações atmosféricas e oceânicas, influenciando o clima e as condições de vida no planeta, detém as maiores reservas de gelo e água doce do mundo. O continente, com cerca de 14 milhões de km2, foi designado pelo Protocolo de Madri como reserva natural, destinada à paz e à ciência, sendo administrado por um regime internacional que definiu as atividades de pesquisa como propósito fundamental de ocupação da região. O Brasil, desde 1982, desenvolve pesquisas científicas pelo Programa Antártico Brasileiro (Proantar) do governo federal, justificando o seu direito de participação no grupo de países que regem os destinos desta grande região. No entanto, o regulador térmico do planeta Terra é frágil e suscetível às mudanças globais. Os recordes de alta de temperatura terrestre e oceânica estão sendo quebrados e cientistas insistem em que é preciso atentar ao que acontece no Polo Sul.

À medida que o gelo desaparece devido ao aumento do calor nos oceanos e nos continentes, as áreas escuras do mar serão expostas e irão absorver o calor do sol ao invés de refleti-lo. Esse ciclo que pode adicionar ainda mais calor ao planeta, irá interromper o papel típico da Antártica de reguladora de temperaturas. Em março de 2022, uma onda de calor atingiu o continente deixando as temperaturas na casa de -10°C quando elas deveriam estar em nível bem mais baixo. Em sete anos, o gelo marítimo baixou a níveis mínimos recordes, incluindo fevereiro deste ano. Os países signatários do Protocolo de Madri, entre os quais o Brasil, devem atentar para essas alterações, pois as características do continente estão sendo alteradas. 


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