A dimensão de um conflito interminável

O encontro dos corpos do porto-alegrense Ranani Glazer e da carioca Bruna Valeanu, dois dos brasileiros que participavam de uma rave no sul de Israel, próximo da Faixa de Gaza, que estavam desaparecidos, aproxima os seus conterrâneos brasileiros da guerra e evidencia a dimensão terrível de um conflito profundo e duradouro entre Israel e Palestina, no Oriente Médio. O gaúcho Ranani e sua namorada Rafaela Treitsman participavam dessa festa, juntamente com milhares de jovens reunidos perto do kibutz de Reim, quando foram surpreendidos. Os terroristas do Hamas, armados, invadiram o local e mataram cerca de 250 jovens desarmados.

Rafaela, que conseguiu se salvar, relata que ela e Ranani, segundo informações do portal R7, abrigaram-se em um bunker que também foi invadido. Segundo ela, que se desencontrou do namorado, depois de desmaiar, os terroristas explodiram bombas, algumas de gás, e eles foram obrigados a se defender com os corpos dos que já estavam mortos.

A dimensão desta tragédia certamente será sentida com o relato dos cerca de 900 brasileiros que deverão ser retirados, pelo Itamaraty, de Israel e da Palestina em aviões mobilizados para o embarque ao Brasil. Mais de 1,7 mil brasileiros manifestaram interesse em retornar ao seu país de origem. Um jovem israelense que está na Capital, em viagem, comentou que “não há uma pessoa que conheça, que vem de Israel, que não foi afetada por esse ataque. Se não fisicamente, mentalmente. De forma profunda”.

Há que se encontrar, a partir de uma aliança entre Israel e países árabes, que os Acordos de Abraão, assinados em 2020, resultem em concordância com os Emirados Árabes Unidos, Barhein, Sudão e Marrocos, além da Arábia Saudita, os quais poderiam transformar a Palestina em um país desenvolvido e sem conflitos. Essa aliança traria uma grande solução, ainda considerada utópica por especialistas, para livrar definitivamente do terrorismo do Hamas e transformar a região em várias áreas desenvolvidas.