Migrações causam preocupações

Migrações causam preocupações

O número de entradas na Europa atingiu um pico no mês passado, com 4,8 mil pessoas chegando em um único dia. Muitos naufrágios não deixam sobreviventes, e diversos casos não são registrados.

Correio do Povo

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Desde os primórdios as migrações são constantes e recorrentes em todos os continentes e o que não muda são as preocupações advindas de quem perde sua população e de quem as recebe. Aqui no continente latino-americano, as maiores migrações ocorrem na América Central. Na Nicarágua, o país permanece em silêncio sobre a crescente onda de migrantes para os Estados Unidos, mas a passagem de milhares de imigrantes em direção aos Estados Unidos causa preocupação nas autoridades daquele país. Ontem, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitou o México em busca de novas medidas para conter a migração em situação ilegal, que afeta ambos os países vizinhos.

Na Europa, há migrações de países da Ásia e do norte da África para Itália, França e Alemanha, principalmente. Em embarcações de alto risco, a grande demanda é em Lampedusa, uma pequena ilha no sul da Itália, e muitas vezes o primeiro porto de chegada para as pessoas que procuram asilo, segurança e oportunidades na Europa. O número de entradas atingiu um pico no mês passado, com 4,8 mil pessoas chegando em um único dia. A guerra, os conflitos, a violência e a pobreza estão entre os principais fatores que fazem com que muitas pessoas fujam sozinhas dos seus países de origem.

Nesse sentido, é salutar a decisão da União Europeia (UE), tomada ontem, de um acordo para reforma do pacto de migração e asilo. Nesse acordo preliminar, alcançado em Bruxelas, um Estado-membro que enfrente situação de crise pode solicitar contribuições de solidariedade de outros países da UE. A reforma do pacto migratório visa organizar uma resposta coletiva para, por exemplo, regular a chegada de um grande número de migrantes em um dos países da UE, como aconteceu durante a crise dos refugiados sírios, em 2015 e 2016. Todavia, ainda faltam outras etapas para finalizar a reforma do sistema migratório do bloco: as negociações entre o Conselho Europeu e o Parlamento Europeu e votação das medidas em 2024.


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