A contínua demanda por melhor educação

A constatação de que o Brasil tem investido menos que outros países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é preocupante e deve servir de alerta para as autoridades que atuam na área da educação. De acordo com o levantamento, o Brasil investiu em 2020 4.306 dólares por aluno, o equivalente a aproximadamente R$ 21,5 mil. Já as nações integrantes da OCDE aportaram, em média, 11.560 dólares ou cerca de R$ 57,8 mil. Esses montantes são referentes aos investimentos realizados desde o ensino fundamental até a educação superior. Essa diminuição no país ocorreu entre 2019 e 2020, sendo que, nesse mesmo período, houve um incremento de 2,1% na OCDE na destinação de verbas a serem gastas com os estudantes.

Esse cenário adverso para a educação impacta em outras iniciativas e objetivos. Um deles é o Plano Nacional de Educação (PNE), que está a pouco menos de um ano para encerrar sua vigência e a maioria das 20 metas está longe de ser alcançada. Algumas que tiveram mais êxito sinalizam para uma realidade de estagnação ou retrocesso. Diante desse insucesso em que todos somos perdedores, o governo federal está anunciando que vai encaminhar um PL do novo PNE 2024-2034 já no primeiro semestre do próximo ano. Evidentemente, isso será feito sob o otimismo de poucos e a descrença de muitos, haja vista os pífios resultados atingidos pelo atual PNE, que foi elaborado com um grande consenso da sociedade quando de sua estruturação, em 2014. Todavia, a coletividade não pode se deixar abater e, por se tratar de um assunto estratégico para o país, urge recomeçar, apostando em melhorias do panorama educacional.

Nesse contexto, algumas medidas são essenciais. O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, anunciou que todas as 140 mil escolas públicas do país terão conexão de Internet gradativamente a partir do ano que vem. Essa é apenas uma das providências necessárias para qualificar a educação brasileira. Outras precisam ser tomadas.