As cinco décadas de avanços do PNI

As cinco décadas de avanços do PNI

Alguns recuos e travamentos na aplicação das metas do PNI se devem à onda de boatos que distorcem os fatos em relação aos efeitos das vacinas, fazendo com que as famílias deixem de levar seus filhos aos postos de saúde para se imunizar.

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A ministra da Saúde, Nísia Trindade, fixou uma das tantas tarefas inarredáveis do seu ministério no curto prazo: voltar a erradicar o sarampo e impedir que haja o retorno da poliomielite. Infelizmente, esse cenário de recrudescimento de doenças que já se tinham como extintas somente se tornou possível por conta da redução da cobertura vacinal que mantinha sob controle essas e outras patologias, como a varíola, a rubéola, a síndrome da rubéola congênita. Inclusive, ela ressaltou que já estão sendo realizados todos os procedimentos necessários para disponibilizar uma nova vacina para a população, a que combate a dengue.

Esse combate em prol da saúde coletiva tem no Programa Nacional de Imunizações um aliado imprescindível. Em 2023, ele completa cinco anos colocando o país na vanguarda da luta pela preservação da vida com qualidade, inclusive contribuindo decisivamente para grandes feitos, como o aumento da expectativa de vida, que passou de 45,5 anos na década de 40 para 77 anos atualmente, uma conquista memorável. A partir da Constituição de 1988, com a implementação do Sistema Único de Saúde (SUS), houve a universalização do acesso a remédios, imunizantes e tratamentos, configurando um caso reconhecido de política pública bem-sucedida.

Infelizmente, alguns recuos e travamentos na aplicação das metas do PNI se devem a uma onda de boatos que distorcem os fatos em relação aos efeitos das vacinas, fazendo com que as famílias deixem de levar seus filhos aos postos de saúde para se imunizar. Trata-se de um desserviço que precisa ser combatido com a informação correta a fim de evitar que eventuais tragédias se abatam sobre os clãs familiares mesmo existindo os antídotos para evitá-las, fornecidos pelo poder público sem ônus, o que torna inaceitável a omissão de pais e responsáveis. Nos 50 anos do PNI, não há justificativa para que a coletividade não usufrua dos avanços da ciência em benefício próprio.

 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895