Prevenção global contra pandemias

Prevenção global contra pandemias

A Covid-19 evidenciou que as nações ricas precisam estar dispostas a investir mais em pesquisas e em ajudar os países mais pobres com investimentos que impliquem melhorias das condições socioeconômicas regionais.

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O advento da pandemia deixou claro ao mundo todo que as fronteiras nacionais de cada país pouco valem diante da propagação de doenças e que somente ações coordenadas entre as nações podem oportunizar um combate mais eficiente contra essa disseminação que causa danos de monta à saúde coletiva. Também demonstrou que as nações ricas precisam estar dispostas a investir mais em pesquisas e em ajudar os países mais pobres com investimentos que impliquem melhorias das condições socioeconômicas regionais. Somente com a oferta de serviços básicos mais efetivos em termos de saneamento e nutrição alimentar, bem como de defesa do meio ambiente, se pode pensar numa prevenção sanitária eficaz. 

Essa necessidade da articulação é corretamente defendida pelo Brasil, que terá um papel preponderante na criação de mecanismos preventivos a partir de 2024, quando assume a presidência do G20, grupo formado pelas 19 maiores economias do mundo e a União Europeia. Nesse sentido, e já antevendo esse protagonismo e responsabilidade do governo brasileiro, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, defendeu a cooperação internacional e tecnologias em saúde para o enfrentamento de futuras pandemias. Sua manifestação ocorreu na reunião de ministros da Saúde do Grupo do G20, cujo encontro ocorreu na sexta-feira e no sábado, em Gandhinagar, na Índia. A representante brasileira deu ênfase à necessidade de revigoramento das capacidades nacionais de vigilância e de fortalecimento da resistência antimicrobiana. Aduziu ainda a relevância de garantir a produção, o fornecimento e o acesso universal a fármacos de baixo custo.

Esse fórum é fundamental para que os diferentes governos busquem melhorar as ferramentas disponíveis visando ao combate de futuros eventos pandêmicos. Nada como obter as lições dessa tragédia recente que resultou em milhões de mortes e de pessoas com sequelas, com impactos diversos no cotidiano das famílias. Não há tempo nem aprendizado a perder.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895