A relevância da educação financeira

A relevância da educação financeira

Muito desse panorama se deve também ao fato de que parcela dos cidadãos e das cidadãs tem dificuldade de discernir ofertas de crédito no mercado ou mesmo de identificar qual é o preço mais adequado para determinados produtos.

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A expressão “educação financeira” vem ganhando muita relevância na atualidade e boa parte disso se deve à situação de pessoas que acabam vendo suas finanças pessoais ficarem sem controle, arcando com consequências drásticas no cotidiano, sem poder realizar aquisições fundamentais por conta de sua condição de inadimplente. Isso é um problema que vai além da esfera de cada indivíduo, já que, quando há um grande contingente excluído da relação de consumo, isso acaba tendo consequências no mercado interno, com menor geração de empregos e de renda. A questão é muito grave e há uma estimativa de que mais de 70 milhões de brasileiros estejam endividados, o que corresponde a cerca de um terço de toda a população do país.

Muito desse panorama se deve também ao fato de que parcela dos cidadãos e das cidadãs tem dificuldade de discernir ofertas de crédito no mercado ou mesmo de identificar qual é o preço mais adequado para determinados produtos. É comum que se lance mão do dinheiro mais acessível, como é o caso dos empréstimos no cartão de crédito ou no cheque especial, em detrimento de ofertas que implicam, em tese, mais burocracia, como o consignado e as operações bancárias. Sem falar que o ideal mesmo é que todos pudessem dar conta de suas demandas com seus vencimentos usuais, o que nem sempre é possível.

Diante dessa realidade, o ensino nas escolas de conteúdos visando à melhor administração financeira vem sendo defendido por especialistas como uma forma de levar esse debate para dentro das famílias. Isso será benéfico para o clã, bem como a incorporação desse aprendizado à formação da criança, que, assim, poderá ser um adulto mais atento para esse tema.

A incorporação da disciplina de educação financeira já está sendo feita em diversos sistemas escolares do país, como no estado de São Paulo. A infantes a partir de 4 anos já pode ser ensinado o valor dos bens, inclusive usando itens como seus brinquedos. O consumo consciente se constrói desde a mais tenra idade.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895