Ação oportuna no esporte

Ação oportuna no esporte

Essas providências podem ajudar a distensionar o ambiente onde ocorrem os jogos, pois, infelizmente, se tornou comum que haja relatos de violência entre torcidas, havendo até mesmo ocorrências com vítimas fatais.

publicidade

O governo federal, por meio do Ministério do Esporte, está anunciando a implementação de uma série de medidas com o objetivo de combater o racismo no âmbito das atividades esportivas, com foco voltado a entidades do setor, atletas, torcida e contando com a colaboração da Justiça. As atividades terão ainda o suporte do Ministério da Igualdade Racial e do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Uma das medidas já decididas envolve um protocolo de atuação conjunta entre a pasta da Justiça e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a fim de garantir a tecnologia que vai permitir a instrumentalização necessária para implementar o reconhecimento facial nos estádios. Isso facilitará a instrução de procedimentos penais visando à punição de quem comete delitos racistas.

A par desse encaminhamento, outros serão feitos. Ana Moser, ministra do Esporte, afirmou que recolheu outras sugestões do grupo de trabalho e que elas deverão ser implementadas no segundo semestre do ano em curso, como confecção de bandeirões em conjunto com a Associação Nacional das Torcidas Organizadas (Anatorg), criação de selo e prêmios para entidades esportivas antirracistas, além de levantamento de dados sobre racismo na esfera esportiva. 

Essas providências podem ajudar a distensionar o ambiente onde ocorrem os jogos, pois, infelizmente, se tornou comum que haja relatos de violência entre torcidas, havendo até mesmo ocorrências com vítimas fatais. Essa falta de civilidade e um cenário de agressões constantes demandam que o poder público e a sociedade ajam com presteza para neutralizar essa onda de agressões físicas e psicológicas na qual a discriminação racial constitui um fator a ser devidamente combatido.

As sanções para atos que atentem contra a dignidade humana têm que ser exemplares. Quem cometer tais barbaridades precisa saber que não deverá ficar impune. Há que se adotarem mecanismos para que o respeito à dignidade humana impere no cotidiano do esporte. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895