Arte e tradição na Capital da Paz

Arte e tradição na Capital da Paz

O Melhor Público dos Festivais

Mário Augusto de Freire Gonçalves

publicidade

Música, tradição e cultura. Os festivais nativistas são como a perpetuação do legado das mais tenras memórias afetivas do povo do Rio Grande do Sul. Resistem ao tempo, se renovam e permanecem presentes — assim como a alma gaúcha. É com esse sentimento que, nos dias 10, 11 e 12 de novembro, um dos mais queridos festivais do Brasil abre suas cortinas na Capital da Paz. Com hospitalidade afetuosa, na paisagem bucólica da campanha e clima de festa, Dom Pedrito recebe o Ponche Verde da Canção Gaúcha. Um dos festivais mais antigos do Estado, o evento acontece ininterruptamente há quase quatro décadas.

Carregando no nome o simbolismo do ato da assinatura do tratado de paz entre imperiais e farrapos na Revolução Farroupilha, em 1845 — que concedeu ao município o título de “Capital da Paz” —, o festival homenageia a localidade de Ponche Verde, em Dom Pedrito. Na sua 38ª edição, o festival caracteriza-se por seu apelo campeiro e pela hospitalidade de seu povo, conhecido como “O Melhor Público dos Festivais”. Além da música e da paisagem da campanha gaúcha, o evento oferece um ambiente diferenciado aos artistas, valorizando os talentos da terra, com a Mostra do Canto Campeiro — uma fase que preza por autores naturais do município — e reconhecendo a nova geração, com o Ponche Verde Mirim e Instrumental Mirim, que têm como objetivo inserir jovens no ambiente da música regional gaúcha.

Falar do Ponche Verde é evocar a própria alma do cancioneiro da campanha, traduzida desde o idioma dos violões e gaitas que quebram o silêncio dos galpões até o brilhantismo e a destreza dos músicos consagrados que passam pelo palco da cultura gaúcha. O espírito da paz chega a cada pedritense muito antes do início do Festival. Dom Pedrito abre o seu coração para que a mensagem de união, de cooperação e arte entre na casa e na alma de cada cidadão. Tal qual uma mãe cuida de um filho, Dom Pedrito preza por seu festival, escrevendo a sua história e guiando rumo a voos maiores. Quando as cortinas se abrem, um tempo antigo volta e se adorna com novas ideias. É Dom Pedrito se renovando e rumando para o futuro, com amor ao nosso chão em um dos maiores palcos da cultura tradicionalista.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895