Concessão de rodovias: um bem para o país

Concessão de rodovias: um bem para o país

No trânsito, o que mais importa é a preservação da vida.

Fabiano Martins de Medeiros

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Transitar em uma estrada com boa pavimentação, bem conservada e sinalizada, com serviços de socorro médico e mecânico 24 horas por dia significa aos motoristas e demais usuários muito mais segurança e conforto. São essas condições que geralmente as rodovias concedidas à iniciativa privada apresentam — e é justamente por isso que elas estão entre as mais bem avaliadas em nosso país.

Levantamento feito pela Fundação Dom Cabral indicou que o risco de ocorrer um acidente em uma via sob gestão pública é até quatro vezes maior. Durante o período analisado, entre 2018 e 2021, foram 264 mil acidentes em rodovias sob a jurisdição federal. A incidência nas estradas administradas pelo poder público foi de 79,7%, enquanto nas concedidas, 20,3%. Cabe lembrar que grande parte destes trechos é duplicada, o que reduz os acidentes de colisão frontal, justamente os que mais matam.

O principal fator apontado pelos pesquisadores para justificar esse índice é a falta de investimento. E, se avaliarmos o volume de recursos aplicado nas rodovias concedidas em 2022, na comparação com o aporte federal, essa tese é corroborada. Afinal, enquanto o poder público destinou, em média, R$ 115 mil por quilômetro, as concessionárias injetaram, em média, R$ 411 mil — cerca de 3,5 vezes mais.

Outro estudo que reforça a relevância das concessões para a logística em nosso país é o último levantamento da Confederação Nacional de Transportes, destacando que 22 das 25 melhores rodovias no Brasil são geridas pela iniciativa privada. Os resultados concluíram que 67,1% das rodovias federais concedidas são classificadas como ótimas ou boas e 26,3% como regulares.

No Paraná, temos um exemplo emblemático: a BR-277. Importante corredor logístico, possui um trecho que conecta Curitiba ao Porto de Paranaguá, segundo maior porto público do Brasil. Desde 2021 sem concessão, viu suas condições se deteriorarem rapidamente. E, hoje, apresenta diversos problemas de manutenção. Chegou, em determinado episódio, a ficar totalmente bloqueada em função de um deslizamento de encostas na região da Serra do Mar.

No trânsito, o que mais importa é a preservação da vida. E para isso, ter estradas seguras, com suporte permanente aos usuários, é fundamental. Sem falar na diferença que uma rodovia de qualidade faz para o desenvolvimento de uma região. Condições que, sem dúvida, as concessionárias têm proporcionado de forma eficiente em nosso país, conforme os números comprovam.


Correio do Povo
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