263 anos de Santo Antônio da Patrulha. O que mudou?

263 anos de Santo Antônio da Patrulha. O que mudou?

Nestes mais de dois séculos e meio, quantas histórias já vivemos!

Daiçon Maciel da Silva

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Em 31 de agosto, o casal Inácio e Margarida inaugurou a Capela Curada de Santo Antônio da Guarda Velha de Viamão. Os fundadores do município, escolheram o alto de uma montanha para se instalar, onde hoje se localiza o Centro Histórico da cidade. No seu entorno, uma vida administrativa e social começou a se organizar, e esse núcleo, por muitos anos, atendeu todo o Litoral Norte e parte da Serra gaúcha. Hoje, são 77 municípios descendentes: 7 filhos, 33 netos, 27 bisnetos e 10 trinetos.

Em 1809, o Município de Santo Antônio da Patrulha foi instituído oficialmente, por ato de Dom João VI. O nome se deu em função das patrulhas instaladas em seu território para a cobrança de impostos da Coroa. O tempo passou, mas, Santo Antônio da Patrulha continuou sendo uma referência para milhares de gaúchos. Antes da freeway, a terra da cachaça e da rapadura era passagem obrigatória para quem se dirigia às praias no litoral norte do Estado e ponto de parada para saborear o famoso sonho, típico dos açores, mais uma marca do município.

Nestes mais de dois séculos e meio, quantas histórias já vivemos! Ficou para trás o ciclo da cana-de-açúcar, quando mais de 6 mil hectares eram produzidos e tínhamos aqui, às margens da Lagoa dos Barros, a potente Agasa (Açúcar Gaúcho S.A.), que deixou um legado ímpar para o nosso município. Hoje, a indústria da rapadura e de outros doces é sucesso em exportações, gerando empregos e diversificando cada vez mais a produção. Já o ciclo do arroz veio para ficar, assim como o setor metal-mecânico e o do calçado.
Desde de 2009, somos uma cidade universitária, com um polo universitário e um campus da Universidade Federal do Rio Grande (Furg), que recebe estudantes de todas as partes do país.

O turismo também se fortaleceu na última década. Sediamos o Caminho Gaúcho de Compostela, um dos melhores hotéis-fazenda do mundo e o nosso sonho, a rapadura e a cachaça ainda podem ser degustados por aqueles que por aqui passarem.

Nossas memórias podem ser visitadas no museu Caldas Júnior, na casa que abrigou o imperador Dom Pedro I e onde morou Caldas Júnior, fundador do nosso querido jornal Correio do Povo.

O município é lindo, hoje com mais de 43 mil habitantes, e ainda preserva as belezas e alguns costumes de cidades do Interior. Vale a pena visitar.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895