Upcycling em acessórios: conheça alternativas para descartar semijoias

A prática da reciclagem costuma ser associada a materiais como papel, plástico e vidro, mas ela também pode ser aplicada em itens de moda e acessórios. A reutilização de produtos que seriam jogados fora é conhecida como upcycling, que na tradução para o português quer dizer reaproveitar. E essa prática também está sendo adotada na indústria da moda, um dos setores que mais afeta o meio ambiente devido à grande quantidade de materiais produzidos e descartados, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

“Se a pessoa possui joias ou semijoias que não fazem mais parte do seu estilo, existe uma maneira consciente de descartá-las. É possível doá-las e vendê-las para que outras pessoas possam usar”, diz Marcos Pertile, sócio-diretor da rede de franquias de semijoias Mapa da Mina. Ele destaca que as joias podem ser transformadas em novas criações ou restauradas. “Já no caso das peças que perdem o brilho com o tempo ou que estão danificadas, existem várias instituições e lojas que aceitam acessórios usados”, recomenda.

O crescimento de iniciativas como o upcycling no contexto brasileiro também se deve à quantidade de resíduos não reaproveitados. Uma pesquisa divulgada pela Agência Brasil indica que das 27,7 milhões de toneladas de resíduos recicláveis geradas anualmente no país, menos de 4% é efetivamente reciclada, de acordo com a Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais).

Na composição das semijoias, em especial, Pertile explica que o aço é uma matéria-prima fácil de ser reutilizada de diversas maneiras. “O ouro e o aço expostos na superfície dos produtos podem ser separados de outros materiais durante o processo de reciclagem. Fundindo-os novamente, a empresa pode transformar o material em novas peças. No nosso caso, retiramos o ouro da peça e destinamos a base para a indústria de matérias primas novamente”, diz.