Osteoporose afeta mais mulheres e idosos; saiba como prevenir e tratar a doença
Alterações hormonais que acometem as mulheres, especialmente na menopausa, estão entre as causas de perda óssea
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A osteoporose é uma condição caracterizada pelo aumento da porosidade dos ossos, levando a um enfraquecimento que os torna mais propensos a fraturas. No Brasil, é um problema de saúde significativo, especialmente entre mulheres na pós-menopausa e idosos. Segundo o Ministério da Saúde, estima-se que cerca de 50% das mulheres e 20% dos homens a partir dos 50 anos sofrerão uma fratura osteoporótica ao longo da vida, sendo que acima de 70 anos, essa taxa de 50% afeta ambos os sexos.
Por ser uma doença que pode avançar sem sintomas até que tenha consequências mais graves, acredita-se que, dos cerca de 10 a 15 milhões de brasileiros que convivem com a doença, apenas 20% foram diagnosticados. Com o avanço da doença, além da fratura, começam a ocorrer inúmeras complicações que impactam severamente a qualidade de vida dos pacientes.
De acordo com Diego Fonseca, endocrinologista do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (Cejam), pessoas com osteoporose podem apresentar dor crônica, especialmente na coluna vertebral, quadris e punhos; postura encurvada e perda de altura, que levam a uma perda considerável da mobilidade e independência para realizar tarefas do dia a dia, além do risco aumentado de morte.
“Além de aumentar as chances de fraturas com traumas, a osteoporose pode levar a fraturas por fragilidade como, por exemplo, de quadril, que apresentam quase 30% de mortalidade em até 1 ano após o evento”, destaca.
O especialista explica que as alterações hormonais que acometem as mulheres, especialmente na menopausa, estão entre as causas de perda óssea neste grupo. Além disso, também podem causar a doença uma dieta pobre em cálcio e vitamina D, bem como a manutenção de hábitos de vida não saudáveis, como o consumo excessivo de álcool, alimentação desequilibrada, sedentarismo e fumo.
“O envelhecimento da população e fatores genéticos também são responsáveis por ampliar as chances de desenvolver o problema. Por isso, é fundamental realizar o acompanhamento médico periódico, sobretudo quando há histórico familiar”, reforça Diego. Fazem parte do grupo de risco, ainda, portadores de outras doenças endócrinas, como diabetes ou hiperparatireoidismo ou demais problemas, como a doença celíaca, colite, doença de Crohn, artrite reumatoide, hemofilia, talassemia ou insuficiência renal, entre outras.
O especialista do Cejam frisa a importância de uma atuação preventiva para evitar o desenvolvimento da doença ou seu avanço. O rastreamento da osteoporose é realizado através de densitometria óssea, radiografias, exames de urina e sangue e através do FRAX, uma ferramenta que auxilia o médico na decisão de tratamento mesmo na ausência de densitometria óssea. Aqueles que já possuem baixa densidade óssea ou histórico de fraturas devem buscar auxílio médico para que o tratamento seja iniciado o quanto antes, evitando novas fraturas.
Embora seja uma doença relacionada à maturidade, a osteoporose deve começar a ser prevenida ainda na infância, com a formação de uma boa reserva óssea, o que só é possível com a manutenção dos lácteos na dieta das crianças e dos adolescentes, já que se constituem na principal fonte de cálcio.
“O tratamento da osteopenia, fase inicial da doença e da osteoporose, inclui medidas medicamentosas e não medicamentosas, sempre integrando atividades físicas, como musculação e caminhadas, que contribuem para o aumento e preservação da massa óssea, além de suplementação de minerais e vitaminas.”
Prevenção
Combater os fatores mais importantes que causam a doença é o melhor caminho para garantir ossos mais fortes e saudáveis. Fonseca orienta, portanto, a ingestão de cálcio através de uma dieta rica em leites e derivados, como iogurtes e queijos, além de verduras escuras, como espinafre, couve e brócolis.
A prática de exercícios físicos de resistência e impacto é também uma das principais formas de prevenção. Já o tabagismo, o consumo excessivo de álcool e café devem ser combatidos.
Por fim, o endocrinologista recomenda que, quando o paciente apresentar níveis baixos de vitamina D, deverá incluir em sua rotina cerca de 15-30 minutos de exposição moderada ao sol, preferencialmente antes das 10h ou após as 16h; e, quando necessário, a reposição oral dessa vitamina.