Entenda os benefícios e riscos da reposição hormonal com implantes na menopausa

Entenda os benefícios e riscos da reposição hormonal com implantes na menopausa

Bella Mais conversou com o médico ginecologista Vinícius Carruego

Camila Souza
Reposição hormonal com implantes pode trazer diversos benefícios para as mulheres na menopausa

Reposição hormonal com implantes pode trazer diversos benefícios para as mulheres na menopausa

publicidade

Os sintomas da menopausa prejudicam a qualidade de vida de muitas mulheres. Esse período marca o fim da fase reprodutiva e é caracterizado pela parada de funcionamento dos ovários, que produzem os hormônios sexuais. Por isso, as mulheres sofrem com as tradicionais ondas de calor (fogachos), variação de humor, diminuição da libido e dificuldade para dormir, entre outros sintomas. Para reduzir o desconforto, um dos tratamentos mais procurados é a reposição hormonal através dos implantes. 

De acordo com o médico ginecologista Vinícius Carruego, o método é o mais indicado porque fornece níveis hormonais constantes. Segundo ele, além de combater os sintomas da menopausa, os implantes também auxiliam na prevenção de doenças. “Pela forma como fazemos a reposição hormonal via implante, em níveis adequados e com os hormônios corretos, consigo dizer para as pacientes que, além de ter a qualidade de vida resgatada, elas vão ter prevenção de osteoporose, AVC e infarto”, ressalta.

Conforme Vinícius, que também possui especialização em Endoscopia Ginecológica, existem dois tipos de riscos envolvendo o tratamento com implantes. O primeiro está relacionado ao procedimento. O dispositivo é colocado por baixo da pele, o que exige alguns cuidados, como manter a higiene do local, não praticar atividade física três dias depois da inserção e evitar o banho de mar ou de piscina. “Isso pode causar infecção no local, o implante pode sair, entre outros. Se a paciente estiver com tudo certinho, é bem raro de acontecer”, destaca. 

Além disso, há outro risco associado à quantidade de hormônio aplicada. “Acontece quando o médico que não é muito familiarizado com a via implante coloca uma dose mais ou menos elevada do que o normal. No caso da testosterona, se aplicar uma dose maior, a mulher pode ter queda de cabelo e acne, principalmente”, explica. O especialista também comenta que os hormônios sintéticos são os que têm mais chance de causar efeito colateral.  

Antes de iniciar o tratamento, as mulheres precisam passar por uma avaliação médica para verificar se estão aptas para o método via implante. Também é importante estar com exames de sangue e mamografia em dia. Segundo Vinícius, a única contraindicação existente é o histórico de câncer de mama da paciente. Ele também diz que o momento ideal para iniciar a reposição é no início do climatério, período que antecede a menopausa. “Quando a mulher nota que a menstruação já começou a ficar irregular, que ela teve uma baixa da libido, esse período é o ideal para começar, é quando conseguimos os maiores benefícios da reposição hormonal.”

Veja Também

Os implantes mais adequados, de acordo com o especialista, são os silástiscos, que têm duração de um ano. “Eles têm um silicone envolvendo o hormônio que está lá dentro. Com ele temos uma liberação mais constante e conseguimos garantir um ano de reposição hormonal, que é mais ou menos o tempo que a gente preconiza para a paciente refazer a mamografia, os exames preventivos e exames de sangue”, explica. 

Apesar de trazer diversos benefícios para as mulheres na menopausa, os implantes não são recomendados com finalidade estética. Em abril deste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) vetou a prescrição de terapias hormonais com objetivos estéticos ou para o ganho de desempenho esportivo por não existir comprovação científica que sustente o benefício e a segurança dos pacientes.

Contudo, Vinícius Carruego defende a utilização de hormônios quando o propósito é a melhora da qualidade de vida. “Quando as pessoas precisam de andador ou não aguentam subir um lance de escada, fazemos a reposição para que ela consiga fazer as atividades físicas diárias. Nesse aspecto, quando o benefício não é meramente estético, eu sou muito a favor, porque vamos somar muito na saúde do paciente”, pontua.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895