A cantar e dançar a força da Cor Púrpura
Montagem com versão brasileira de Artur Xexéo e direção de Tadeu Aguiar tem curta temporada neste final de semana na capital gaúcha
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Sucesso de público e crítica em diversas cidades do país, “A Cor Púrpura, o Musical” está tendo curta temporada em Porto Alegre, apresentada pelo Ministério do Turismo e pela Bradesco Seguros e com patrocínio da Eletrobras. O espetáculo, com versão brasileira do jornalista Artur Xexéo (1951-2021) tem direção de Tadeu Aguiar. Estreou em 2019, fazendo temporadas no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, e retomou a turnê no começo deste ano. Na capital gaúcha, a montagem está sendo apresentada desde sexta, 29, até domingo, no Teatro do Sesi (Assis Brasil, 8787). Ingressos à venda pela Sympla. Nos dias das apresentações, haverá venda no local, conforme disponibilidade.
A peça chega à cidade carregando na bagagem as 97 indicações e os 75 prêmios conquistados até agora e com grande estrutura, que inclui 18 atores em cena, 90 figurinos, um palco giratório de 6 metros de diâmetro e uma escada curva com sistema de traveling em volta do cenário. Inspirada no livro homônimo de 1982 que consagrou Alice Walker como a primeira escritora negra a ganhar o Pulitzer, a obra – que também foi adaptada para o cinema em 1985, com direção de Steven Spielberg e 11 indicações ao Oscar – retrata relações humanas de amor, poder e ódio, em um mundo pontuado por estruturais diferenças econômicas, sociais, étnicas e de gênero. “O espetáculo discute tantos problemas, não só o racismo, é o feminicídio, o sexismo, o machismo tóxico. Quando abre a cortina e são vistos 17 atores pretos em cena, que foram selecionadas entre duzentos, é algo indescritível. As pessoas não saem do teatro para comer pizza, elas podem até comer, mas vão discutir, debater as temáticas do espetáculo”, revela o diretor-geral Tadeu Aguiar.
Escrito há 40 anos e vencedor dos Prêmios Pulitzer, Grammy e Tony, “A Cor Púrpura, O Musical” se passa na primeira metade do século XX, na zona rural do Sul dos Estados Unidos A obra tem texto de Marsha Norman, músicas de Brenda Russell, Allee Willis e Stephen Bray. Em sua versão brasileira, o musical é estrelado por Letícia Soares, que recebeu uma indicação ao Prêmio Shell pelo papel de Celie, o mesmo que rendeu a Whoopi Goldberg sua primeira indicação ao Oscar de melhor atriz no filme. Na adolescência, Celie tem dois filhos de seu suposto pai (Jorge Maya), que a oferece a um fazendeiro local para criar seus herdeiros, entre eles Harpo (Alan Rocha), além de lavar, passar e trabalhar sem remuneração. Ela é tirada à força do convívio de sua irmã caçula Nettie (Merícia Cassiano) e passa a morar com o marido Mister (Sergio Menezes). Enquanto Celie resigna-se ao sofrimento, Sofia (Erika Affonso) e Shug (Flavia Santana) entram em cena, mostrando que há possibilidade de mudanças, novas perspectivas, esperança e até prazer.
A saga da personagem é permeada por questões sociais como a desigualdade, abuso de poder, racismo, machismo, sexismo e a violência contra a mulher. Completam o casting: Larissa Noé (Gralha); Suzana Santana (Jarene); Hannah Lima (Doris); Cláudia Noemi (Darlene); Caio Giovani (Grady); Leandro Vieira (Buster); Gabriel Vicente (Bobby); Thór Junior (Pastor); André Sigom (Soldado); Nadjane Pierre (Solista da igreja) e Leo Araújo (Emsemble).