Multiartista Vanessa Gerbelli: ‘Sempre desejei me expressar’

Multiartista Vanessa Gerbelli: ‘Sempre desejei me expressar’

Depois de interpretar Herodíade, em "Jesus", a atriz retorna à Record como Hagite, na série "Reis"

Luciamem Winck

Atriz Vannessa Gerbelli

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Com 28 de carreira, a atriz Vannessa Gerbelli, que completa 50 anos neste domingo, pode ser vista na oitava fase da Série “Reis”, na Record TV, como Hagite, a corajosa esposa do Rei Davi (Petrônio Gontijo). E, em outubro, estreia em São Paulo o musical “Parabéns, Sr. Presidente”, em que dará vida a Maria Callas. Nascida em São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, Vannessa Gerbelli estreou na TV em 2000. Na Record, fez “Prova de Amor”, “Amor e intrigas”, “A história de Ester” e “Jesus”. Na Netflix, fez parte do elenco de “Maldivas”.
Nos palcos, a artista estreou em 1992 e participou de diversos musicais como o sucesso “Casas de Cazuza”. Em 2013, consagrou-se no estilo como a primeira a conquistar o prêmio de melhor atriz protagonista, da Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro (Aptr), pela atuação no musical “Quase Normal”. No cinema, atuou em “Carandiru”, “Os Desafinados”, “As Mães de Chico Xavier”, “Ela é o Cara” e “Amor Assombrado”. Também colaborou como atriz e roteirista no vencedor do festival do Rio “Matraga”, de 2010.
Formada na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Vannessa ainda tem um trabalho paralelo como pintora e já participou de algumas exposições no Brasil e na Alemanha. Atualmente, está em fase de captação do espetáculo “Duas Estradas”, de sua autoria, baseado na obra de Frederico Fellini. A peça terá canções inéditas escritas por Zeca Baleiro. Ela também está escrevendo um projeto para série audiovisual ao lado do psicanalista e professor João Bosco Millen e de Anna Lee, criadora de “Tarã”, da Disney.


Como te preparaste para a interpretação da personagem na série “Reis”?

A Record trabalha com preparadores que nos atualizam sobre o caminho das personagens. Tive encontros com Manuela do Monte também, que fez minha personagem na fase anterior. Além disso, sempre trabalho com a Katia Achcar, uma psicóloga que trabalha com perfil de personagens dos atores. 


Existe alguma semelhança entre a Vannessa e a Hagite?

Acredito que a impulsividade e o desejo de autonomia dela.


Gostas de fazer trabalhos de época? Por quê?

Adoro as pesquisas históricas e também o fato de imaginar como seria uma época tão remota. Ator gosta de imaginar. Trabalhos de época são um prato cheio.


Como é trabalhar com Petrônio Gontijo (Davi), Marcelo de Faria (Joabe), Andrea Veiga (Golda) e Angelo Coimbra (Benaia)?

Petrônio é de sensibilidade e delicadeza extraordinárias. Um ator dedicado, sempre pronto pra jogar, trocar. Andrea tem sido uma surpresa muito boa, eu não a conhecia e estou adorando estar com ela. O Marcelo foi meu cunhado por 5 anos, nos damos muito bem. E Ângelo, que acabei de conhecer, é um ator maravilhoso.


Como vem sendo a repercussão com a série?

Muito boa. A série é muito bem cuidada, as pessoas têm se surpreendido com as imagens e com as cenas da série.


Como foi interpretar Herodíade, em “Jesus”? Alguma semelhança com Hagite?

Essa é mais distante de mim, mas foi bem divertido. Uma mulher sedutora, manipuladora e má!


Como avalias tua experiência em novelas?

Penso que fiz de tudo um pouco e isso me deixa feliz. Tive experiências e papéis muito bons, emblemáticos. Eu me considero privilegiada nisso.

Em 16 de julho, fizeste uma apresentação única presencial no Centro Cultural Tá na Rua, no Rio, do monólogo “Sombras no final da escadaria”, de Luiz Carlos Góes. Com direção de Amir Hadad, a obra foi encenada de forma virtual durante a pandemia. Como foi trabalhar nesse projeto?

Foi um momento em que parecia que o teatro deixaria de existir por causa da quarentena. Foi um momento delicadíssimo e ensaiamos o monólogo com o intuito de nos mantermos ativos. Foi um alento porque Amir é um grande amigo e um grande mestre. Estar com ele foi importantíssimo naquele momento.


Recentemente voltaste a encenar o musical “Copacabana Palace”, pelo centenário do famoso hotel carioca. E, em outubro, estreia em São Paulo o musical “Parabéns, Sr. Presidente”, em que dará vida a Maria Callas. Fala um pouco sobre esses musicais e em que as interpretações diferem, por exemplo, de uma novela.

Os musicais requerem prática do canto, aulas e preparação corporal específicas. Enquanto em novela nosso desafio é decorar texto diariamente, nos musicais temos que aprender canções, linhas melódicas para cantar em harmonia, ensaiar coreografias, etc. Os dois trabalhos requerem muita dedicação. 


Formada na Faculdade de Belas Artes, de São Paulo, ainda tens um trabalho paralelo como artista plástica e já participaste de algumas exposições no Brasil e na Alemanha. A arte corre nas veias? O que podemos esperar de novidades?

Está muito corrido para produzir com a correria da série, a pintura tornou-se hobby há algum tempo, mas está nas veias sim. Daqui a pouco, retomo.


Atualmente, estás em fase de captação do espetáculo “Duas estradas”, de tua autoria, baseado na obra de Frederico Fellini. A peça terá canções inéditas escritas por Zeca Baleiro. Podes adiantar algo sobre esse projeto?

É um projeto que está na minha cabeça há muitos anos. Sou apaixonada pelo "La Strada" e sempre pensei em fazer algo com esta história. Terminei de escrever a peça no início deste ano, mostrei ao Zeca e ele gostou muito, já compondo algumas canções na mesma semana. Foi uma alegria porque Zeca é um compositor extraordinário. Este projeto é precioso para mim porque fala da arte, da feminilidade e do afeto de uma maneira muito especial. 


Também estás escrevendo um projeto para série audiovisual ao lado do psicanalista e professor João Bosco Millen e de Anna Lee, criadora de Tarã, da Disney. Como será esse trabalho?

Mais um projeto que me encanta muito. Fizemos quase um ano de pesquisas num hospital e estamos agora escrevendo a história. Mais à frente poderemos divulgar.


Como é trabalhar em uma série na Record TV?

É um ritmo de gravações acelerado como nunca experimentei. Tirando isso, gosto imensamente dos profissionais que trabalham na Record e na Seriella, produtora auxiliar para Reis. Uma equipe carinhosa, dedicadíssima, acessível. 


Ao término dessa temporada, os espectadores devem te ver em outras obras da emissora? Existe alguma negociação em andamento?

Ainda não.

 

Sempre desejaste ser atriz?

Sempre desejei me expressar. Cantando, escrevendo, pintando, atuando. Sempre me interessei por histórias e por tudo que é humano. As belezas e as feiuras do ser humano. Ser atriz foi consequência disso. 


Tens o desejo de fazer algum personagem específico? Qual e por que?

Ainda não fiz nada de Shakespeare no teatro. Mas quero, logo!


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895