A Cidadela

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Há bom tempo edificaste
tua inviolável cidadela.
Nem drones ou escafandros
hão de desvendar
teu secreto esconderijo.
É um espaço de ti mesmo
onde te contemplas
com absoluta nitidez.
Reservas um pátio
para tua distante infância,
onde oscilas no balanço.
No silêncio da sala,
os ausentes regressam
para colher um gesto
de antigo afago.
E não se pense
em depósito de memórias,
ou sonhos soterrados.
É um espaço onde podes
deixar as máscaras no cabide
e os disfarces no capacho.
A tempestade de dissabores
que assola o mundo
escorre pelas calhas.
Tens o Elmo de Mabrinho!
E guardas, no fundo do peito,
as sete chaves de tua cidadela,
onde és soberano
sobre um reino de quietudes.