Para Nelson e Vinícius

Dois dos maiores nomes da Cultura brasileira estão sendo lembrados nestes dias. O primeiro é do imenso Vinícius de Moraes, compositor, poeta, cronista e dramaturgo que nasceu em 19 de outubro de 1913. Agora, 110 anos depois, sua genialidade perdura no seio da arte feita neste país. O “Poetinha”, como era chamado mereceu também levantamento musical especial do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, o Ecad. Entre os resultados: “Garota de Ipanema”, canção composta em parceria com Tom Jobim, e uma de suas 634 composições, lidera o ranking das mais regravadas de sua autoria. Também é a primeira da lista das mais tocadas no país nos últimos 10 anos. Vinicius morreu em 9 de julho de 1980 e, de acordo com a Lei dos Direitos Autorais, seus herdeiros vão receber rendimentos em direitos autorais, por 70 anos após a sua morte.

Outra genialidade lembrada é a do cineasta, produtor e roteirista Nelson Pereira dos Santos que, dia 22 de outubro, completaria 95 anos. O conheci em festivais de cinema. Genial, generoso e atento. Sempre. Foi o primeiro cineasta a ter assento na Academia Brasileira de Letras. Também foi criador de obras memoráveis como “Rio, 40 Graus”, seu primeiro longa, no qual construiu um rico panorama do Rio de Janeiro; “Vidas Secas”, que marcou parte da primeira fase do movimento cinematográfico Cinema Novo e traz a história de uma família de retirantes acometida pela seca no sertão; e “Memórias do Cárcere”, em que relatou a prisão de Graciliano Ramos na época da Ditadura Militar, por ser um simpatizante do comunismo e opositor ao governo. “Memórias ...” entrou na lista dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos, da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine). Nelson Pereira dos Santos faleceu em 21 de abril de 2018. Os dois seguem na nossa memória.

Poeta e compositor Vinicius de Moraes. Foto: YouTube / Reprodução / CP