Tela com cota

Não é de hoje que o cinema brasileiro é ameaçado pela competição das produções internacionais. E tem se naturalizado. Faz parte do mercado contemporâneo em que os conteúdos audiovisuais têm transitado com cada vez mais facilidade. Pelas diferentes geografias e pelas mais variadas telas. Na era da convivência com as flamantes plataformas de streaming, a produção audiovisual brasileira também ganha com as novas formas de distribuir, exibir e consumir conteúdos.

Mas quando se trata de salas de cinema, a competição tem sido, na maioria das vezes, desleal. Isso, tendo em conta a possibilidade do público ter acesso aos filmes nacionais. Pode parecer inacreditável mas ainda tem gente achando que o cinema brasileiro só repete fórmulas de décadas passadas. Claro que, quem tem esta posição, como espectador, há muito não se expõe, frente a produções nacionais feitas para a tela grande. São inúmeros os exemplos de obras que mereceram o aplauso internacional e dos felizes espectadores brasileiros que tiveram acesso às produções de nossos conterrâneos.

A qualidade narrativa, estética e tecnológica, leia-se também som e imagem, têm sido cada vez mais visível em obras brasileiras que ganharam muitas telas mundiais e algumas nacionais. Além das exibições em festivais de cinema, o próprio streaming tem se encarregado de amealhar conteúdos marcantes em filmes e séries brasileiras. E você pode estar seguro: se estes conteúdos não tivessem qualidade, não ganhariam espaço nesta nova tela mundializada.
Com tudo isso é bom ficarmos atentos ao projeto de lei que recria a cota para exibição de filmes brasileiros nos cinemas até 2033, inicialmente aprovado pela Câmara dos Deputados.

Criada em 2001, a “cota de tela” de filmes nacionais expirou em 2021. Ainda saberemos sobre número mínimo de sessões e diversidade de filmes a serem exibidos. Bola com o Senado.
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