Canto de Morte de Gaudêncio 7 Luas
Poeta Luiz Coronel faz homenagem ao Dia de Finados versando sobre um dos seus principais personagens
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Silêncio, abanem os lenços,
chora o vento em despedida.
Gaudênio, velho Gaudêncio
pulou a cerca da vida.
Adaga, atirou no rio,
é mais um peixe de prata.
sete Luas já partiu
com seu poncho cor de mata.
Esporas, jogou ao léu,
boleando a imensidão.
Mandou estrela pro céu
quem se deitou nesse chão.
Nas mãos, levou sementes,
nada mais ele precisa.
No eucalipto se sente
que Gaudêncio virou brisa.
Dormindo em cova rasa,
sem nome ou data nenhuma.
Se um pássaro bater asas
é Gaudêncio envolto em plumas.
Quem quer levar oferenda
pra Gaudêncio em noite escura
leve bom trago de venda,
mate amargo e rapadura.