Feliz és tu que não precisas fechar os olhos para ver tua mãe
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Da janela avistas
o seu passo brando.
Ela deita a toalha
sobre a mesa
com o mesmo gesto
com que estendia
o cobertor sobre teu corpo
na noite fria.
Há um menino travesso
no porta-retratos. És tu.
Aquele tapete silenciava
teu passo
quando chegavas tarde,
e a luz do quarto amanhecia.
Deixas a casa materna
e percebes que ela caminha
até as persianas,
acompanhando teu passo.
Como sempre,
a vida te espera
aqui fora
com sua gangorra
de envolvimentos.
Foi apenas uma visita.
Levas contigo a certeza
de que o amor
reina no mundo,
pois tens a mãe
que Deus te deu.
E não precisas fechar
os olhos para encontrá-la.