Partidos estão cada vez mais desacreditados

Partidos estão cada vez mais desacreditados

Falta de unidade programática ou ideológica fortalece escolha dos eleitores por candidatos isolados

Taline Oppitz

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As eleições deste ano, talvez mais do que qualquer outra, por seu grau de polarização e da divergência irreconciliável dos projetos em jogo para o país, escancaram o que parte considerável dos eleitores, mesmo que inconscientemente, já percebeu. Os partidos no Brasil estão cada vez mais desacreditados e desmoralizados. Não há unidade programática ou ideológica e, mesmo com posições distintas e com o resultado das urnas, derrotados não ficam na oposição, mas compartilham o poder com os vitoriosos.

O PSDB, que já foi um dos maiores partidos do país e protagonista de polarizações históricas com o PT, se transformou em um nanico. Mais do que isso. Sem posição, liberando suas lideranças, diretórios e filiados no segundo turno das eleições presidenciais. O resultado é um racha que em nada surpreende, pois o PSDB basicamente sempre viveu com correntes mais que divergentes.

O MDB, um dos maiores partidos do país, mas que, tradicionalmente, abre mão do protagonismo na disputa pelo Palácio do Planalto, neste ano, lançou Simone Tebet. Antes, havia disputado com Orestes Quércia, em 1994, e com Henrique Meirelles, em 2018. Em nenhum dos três episódios apoiou verdadeiramente seus candidatos. Na disputa deste ano, emedebistas já estavam divididos, desde o primeiro turno, entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).

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Mais uma vez sem nenhuma surpresa, o MDB adotou o mesmo caminho do PSDB, de liberação. Tebet, assim como fez ao longo da campanha, se mostrou grande e tomou lado. Não se trata aqui do apoio a Lula, no caso da senadora, mas de assumir posição. Não por acaso, o MDB sempre está nos governos, independentemente do resultado das urnas. Estratégia política falha que demonstra a mediocridade do MDB e de outros partidos e que leva, cada vez mais, a escolha dos eleitores por candidatos, independentemente de suas legendas. 


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