Michelle e Janja ganham papéis estratégicos na campanha

A polarização que marca a corrida presidencial e tem Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT) como protagonistas, e que obviamente já contaminou lideranças, aliados e militantes, conta agora com dois novos ingredientes. As esposas dos presidenciáveis terão papéis estratégicos ao longo da campanha. A tendência já vinha podendo ser percebida nos últimos dias, com a proximidade do início oficial da campanha. E a partir de agora, somente crescerá.

Tradicionalmente reservada durante quase todo o mandato de Bolsonaro no Planalto, sua esposa, Michelle, vem ganhando cada vez mais holofotes e espaço na campanha do marido. Com feição meiga e postura tímida e recatada, Michelle ganhou ainda mais destaque nos últimos dias, em episódio envolvendo Lula e sua esposa, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, vinculado à religião nas redes sociais. A primeira-dama normalmente faz intervenções vinculadas à Igreja, viu sua popularidade crescer muito nas redes sociais e fora delas e passou a ser parte da tática da campanha de Bolsonaro em busca dos votos do eleitorado feminino, o maior do país.

Até aqui, Janja acompanhou Lula em diversos eventos e atos que antecederam o início oficial da eleição, mas está claro que seu papel na campanha será cada vez maior e de protagonista, não de mera coadjuvante. Já no primeiro dia da campanha, Janja contou com agenda própria, ao lado do candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, distinta dos compromissos de Lula. A aposta da coordenação da campanha petista é no carisma da socióloga e também visa o eleitorado feminino.

Locais simbólicos são escolhidos na largada

Bolsonaro e Lula escolheram locais simbólicos para os primeiros atos de largada das campanhas. Bolsonaro começou por Juiz de Fora, Minas Gerais. Foi lá, em 2018, que o então candidato à presidência foi esfaqueado. Lula, por sua vez, voltou às raízes e escolheu uma empresa de automóveis, no ABC paulista, para o ato de largada de sua campanha.