Adesão ao Regime entra na pauta eleitoral

Adesão ao Regime entra na pauta eleitoral

Após Onyx, Heinze também pede cautela em relação ao tema

Taline Oppitz

“São bilhões em dívidas que cairão no colo dos próximos gestores", disse o senador

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A adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal, negociado desde o governo Sartori e agora em vias de um desfecho, subiu no telhado. O governo de Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) pode insistir na votação do texto de adequações à legislação federal, detalhe para que a assinatura do contrato seja efetivada, mas o clima na Assembleia começa a ficar controverso e contaminado pela proximidade do calendário eleitoral.

Após a investida de Onyx Lorenzoni, pré-candidato do PL ao Piratini, sustentando que a adesão inviabilizará os próximos governos, nesta sexta-feira foi a vez do senador Luis Carlos Heinze, pré-candidato do PP ao Executivo gaúcho, reagir. Heinze afirmou à coluna que irá orientar a bancada de seu partido na Assembleia, uma das maiores da base aliada, a adotar a cautela em relação ao tema. O senador conversou ainda com o presidente da Casa, Valdeci Oliveira (PT), para que a proposta não seja votada de forma açodada. “São bilhões em dívidas que cairão no colo dos próximos gestores. Sartori pagou cerca de R$ 5 bilhões da dívida. Eduardo Leite nenhum centavo, em função da liminar concedida pelo Supremo”, disse.

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O MDB, por sua vez, mantém o apoio à iniciativa, que começou a ser articulada na gestão Sartori. O partido tem o deputado estadual Gabriel Souza como pré-candidato ao Piratini. “Seria interessante saber o que propõe quem é contra a adesão, já que é através dele que vamos conseguir reorganizar as dívidas do Estado a longo prazo. Não se alcança o equilíbrio das contas públicas com propostas irreais e demagógicas”, disse Gabriel à coluna. 

Posição pode gerar constrangimentos

A posição do pré-candidato do PP ao Piratini, Luis Carlos Heinze, contra a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal pode gerar constrangimentos para deputados progressistas na Assembleia. O PP é o principal articulador político do governo desde o início da gestão de Eduardo Leite. Líder do governo na Casa, Frederico Antunes, assim como seus colegas de bancada, defenderam a aprovação da iniciativa e articularam o apoio necessário com unhas e dentes. Na próxima segunda-feira, à tarde, a bancada do PP realizará reunião para discutir os projetos em pauta.

 


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