O dia seguinte

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Lideranças políticas e de instituições analisam cenário

TALINE OPPITZ

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O 7 de setembro passou, mas seus desdobramentos começarão a ser sentidos de forma mais concreta a partir desta quarta-feira, quando lideranças políticas e de instituições terão de forma mais clara os cálculos políticos e jurídicos do impacto das manifestações do presidente Jair Bolsonaro no Dia da Independência. A primeira fala de Bolsonaro aconteceu em Brasília. Lá, o presidente fez críticas ao Supremo Tribunal Federal, mas sem citar diretamente a Corte ou qualquer um de seus integrantes. Horas depois, era grande a expectativa sobre qual seria a postura do presidente na Avenida Paulista, em São Paulo. Os que esperavam mais moderação, se enganaram. O tom da fala de Bolsonaro foi bem mais elevado. "Nós devemos sim, porque eu falo em nome de vocês, determinar que todos os presos políticos sejam postos em liberdade. Qualquer decisão do senhor Alexandre de Moraes, esse presidente não mais cumprirá. A paciência do nosso povo já se esgotou. Ou esse ministro se enquadra ou ele pede para sair. Não se pode admitir que uma pessoa apenas, um homem apenas turve a nossa liberdade", disse Bolsonaro. Em meio a aplausos e gritos de apoio, o presidente chamou Moraes de canalha, disse que as eleições brasileiras são uma farsa, e que não será preso. “Só saio da presidência preso, morto ou com vitória. Digo aos canalhas que nunca serei preso. Só Deus para me tirar de lá", afirmou. Majoritariamente as manifestações foram pacíficas, o que precisa ser comemorado. O número de participantes dos atos foi expressivo, e apesar de ter ficado abaixo do esperado pelos organizadores e pelo Planalto, mostra que Bolsonaro ainda mobiliza a fatia de seu eleitorado e está no jogo. 


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