Criada para amenizar PEC, reserva de cadeiras para mulheres gera reação

Criada para amenizar PEC, reserva de cadeiras para mulheres gera reação

Mudanças estão em debate em comissão especial no Congresso Nacional

Taline Oppitz

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Vista como uma estratégia política para suavizar o texto, e, ainda, como uma tentativa de minimizar o conteúdo controverso da chamada PEC da Anistia, a criação de cotas para mulheres nos legislativos acabou impedindo o avanço da proposta nesta semana, em Brasília, na comissão especial sobre a pauta.

A PEC, na prática, representa um pacote de alterações em regras eleitorais que o Congresso Nacional está empenhado em aprovar antes do dia 6 de outubro, para que as mudanças entrem em vigência já nas disputas municipais de 2024.

Entre os pontos, a ampla anistia a partidos que cometeram irregularidades nas prestações de contas. A matéria estabelece ainda o fim das quotas de gênero, que obriga os partidos a apresentarem pelo menos 30% de candidaturas femininas, e cria, no lugar, a reserva nos legislativos, de 15%, nas eleições de 2024, e de 20%, nas eleições gerais de 2026, para mulheres. Ou seja, mesmo que não tenham sido as mais votadas para garantirem cadeiras na Câmara dos Deputados, assembleias legislativas, Câmara Legislativa do DF e câmaras municipais, candidatas terão assentos garantidos dentro dos percentuais estabelecidos.

Considerando a Câmara dos Deputados, o avanço não é muito representativo. Por lá, já há cerca de 18% de parlamentares mulheres. Mas nas assembleias e, especialmente, nas câmaras municipais, que tradicionalmente têm representação feminina tímida ou nula, a nova regra pode ter impacto positivo na ampliação da representação.

A questão é que parlamentares homens, obviamente, não gostaram da regra e já entraram em campo para alterar o texto da PEC, levando ao adiamento da análise, prevista para esta semana, para a próxima terça-feira. 


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