Taline Oppitz

Patrocinio

Queda de braço política contamina CPIs na Câmara de Porto Alegre

Embate entre vereadores da base e presidente da comissão impediu que os trabalhos seguissem

Líder do governo, Idenir Cecchim protagonizou boa parte das discussões em plenário
Líder do governo, Idenir Cecchim protagonizou boa parte das discussões em plenário Foto por: Elson Sempé Pedroso/CMPA/CP

A segunda reunião de uma das CPIs que investigam supostas irregularidades na Secretaria de Educação de Porto Alegre, a comandada por Mari Pimentel (Novo), foi marcada por tumulto. Considerada CPI da oposição, por contar com o apoio de partidos como o PT, PSol e PCdoB, a comissão foi alvo de investidas de governistas que integram o grupo.

A principal polêmica, instaurada desde a última semana, se deu devido ao fato de Mari ter escolhido o vereador para assumir a relatoria, Roberto Robaina (PSol), sem processo de eleição. Aliados do prefeito Sebastião Melo (MDB), como não conseguiram alterar o relator, retiraram o quórum e adiaram o prosseguimento da reunião, que será retomada na sexta-feira. Com somente seis vereadores assinalando presença, um a menos do que o necessário, sequer foi possível votar o plano de trabalho inicial. A estratégia da base deve ser, por ora, seguir não dando quórum para abertura dos trabalhos, ainda que a presidente da comissão, Mari, tenha instituído que o quórum deverá ser reunido no início dos trabalhos.

Este é apenas mais um dos episódios que marcam o cenário inédito instaurado na Câmara, de funcionamento simultâneo de duas CPIs com o mesmo objeto. Uma comandada por Mari e a outra pelo líder do governo na Casa, Idenir Cecchim (MDB). A situação foi resultado de queda de braço política, que impediu a possibilidade de construção de entendimento em torno da formação de uma única CPI com os dois grupos representados. 

Veja Também

Atuação de assessores

A presença dos assessores do Novo auxiliando Mari Pimentel na presidência da CPI incomodou a base governista. Cláudia Araújo (PSD), que está na vice, pediu que eles “não ficassem falando coisas no ouvido da presidente”. Em outro momento, Idenir Cecchim (MDB) chegou a discutir com assessores de dedo em riste. 

Relações estremecidas

Único vereador da base a não retirar o quórum ou se manifestar, Cláudio Janta (Solidariedade) está com relações estremecidas com colegas. Ele foi inclusive retirado do grupo de WhatsApp de aliados. Segundo Janta, movimentos para impedir a CPI deveriam ter ocorrido antes, já que, como o grupo é um mecanismo da oposição, agora ela deve cumprir sua função. 

Mais Lidas