PEC do Hino promete acirrar ânimos na Assembleia Legislativa do RS
Texto abre votações na última semana antes do recesso
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A polêmica deflagrada na Assembleia em torno da PEC, de autoria de Rodrigo Lorenzoni (PL), que torna imutáveis os símbolos do Estado, também chamada de 'PEC do Hino', é cada vez maior. As discussões serão retomadas nesta terça-feira, na última sessão plenária antes do início do recesso parlamentar.
Apesar de manifestações da opinião pública criticando deputados por estarem priorizando a pauta em detrimento de temas mais relevantes, o viés político contaminou o tema e não irá retroceder. Pelo contrário.
Após o recuo do PDT, na última semana, em relação à emenda que retiraria da PEC o termo imutável e o substituiria pela realização de referendo antes da promoção de alterações, uma nova sugestão, com o mesmo conteúdo, foi articulada e apresentada. Autor do projeto de 2021 que deu origem à emenda, Luiz Marenco (PDT), está tendo de arcar com o constrangimento.
Ele reconhece que um acerto havia sido feito, mas sustenta que posições como a do PDT nacional, levaram o partido a puxar o freio de mão. Marenco afirmou ainda que em nenhum momento foi procurado por Lorenzoni e que as conversas aconteceram apenas com a assessoria do PL. “É engraçado esse movimento do Lorenzoni, já que meu projeto está em tramitação há mais tempo”. disse.
Lorenzoni reagiu e chamou o colega de mentiroso, sustentando que pela primeira vez em décadas um acordo é descumprido no plenário. Este é o clima que marcará a próxima sessão, nesta terça-feira, em que a PEC voltará a ser analisada. O projeto seguinte na pauta de votações é justamente o de Marenco, que estabelece o referendo.
Nesta terça-feira, haverá uma sessão extra para dar conta da pauta de votações antes do início do recesso, previsto para o dia 17 de julho.
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Entenda
A proposta de emenda à Constituição (PEC) apresentada pelo deputado Rodrigo Lorenzoni (PL) foi um medida preventiva ao movimento da bancada negra de uma possivel alteração no hino-riograndense. A bancada negra e integrantes do movimento negro consideram racista um trecho do hino. A crítica diz respeito aos versos “povo que não tem virtude acaba por ser escravo”.
Como a discussão do projeto já começou, ela tranca a pauta até ser analisado. Por ser uma PEC, o texto para ser aprovado precisa de no mínimo 33 votos, em votação em dois turnos.