Governo aposta em estratégia regimental para projeto do IPE Saúde

Governo aposta em estratégia regimental para projeto do IPE Saúde

Com base aliada enxuta, saída encontrada por articuladores foi deixar deputados sem opções

Taline Oppitz

Governo deve apresentar requerimento de preferencia, o que impede a discussão de emendas

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A principal aposta do governo do Estado para garantir a aprovação do texto original relativo ao IPE Saúde, nesta terça-feira, no plenário da Assembleia, é uma manobra regimental arriscada. O texto que promove alteração no instituto é um Projeto de Lei Complementar, portanto, são necessários no mínimo 28 votos para conquistar a vitória.

Antes, no entanto, o Executivo irá apresentar um requerimento de preferência da proposta. No caso do requerimento, a maioria simples já garante a aprovação. Ou seja, a maioria dos deputados presentes em plenário no momento da análise. Assim, os aliados que sentirem-se desconfortáveis, podem não registrar presença ou simplesmente não aparecer no horário de verificação do quórum. Com o requerimento aprovado, todas as emendas apresentadas ao texto cairão, entre elas a do PL, que altera a trava colocada pelo governo, de 12%, que na prática serve como uma espécie de teto para os descontos globais com dependentes. Neste cenário, se desenhará um brete e restará aos parlamentares aprovarem a proposta original do governo ou nada.

O contexto não pode ser ignorado. Apesar de defenderem alternativas distintas, dirigentes partidários e deputados são unânimes em sustentar que algo precisa ser feito ou o IPE Saúde está com os dias contados. Por parte da oposição, à esquerda e à direita, restará a retirada do quórum adiando a votação do texto, que tranca a pauta. Assim nada mais poderá ser analisado em plenário até que um entendimento seja construído, um meio termo entre o apresentado até aqui em emendas. 

Em tempo: o governador Eduardo Leite terá encontro na manhã de hoje com a base aliada. 

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PL também apostará em manobra

A bancada do PL também irá apresentar no início da sessão desta terça-feira um requerimento de preferência para a votação de emendas, em especial a que modifica a trava, estabelecendo faixas de cobrança para os dependentes. O governo, porém, aposta que não haverá votos necessários para a aprovação do requerimento do PL. Líder da bancada do partido, Rodrigo Lorenzoni afirma que sem a alteração proposta pelo PL, o prejuízo para o IPE Saúde será maior, pois os servidores que estão no andar de baixo da pirâmide, ou seja, os que ganham menos, não terão condições de seguir no plano e irão migrar para o Sistema Único de Saúde (SUS). 

Verdade seja dita

Verdade seja dita, a articulação política da gestão Eduardo Leite (PSDB) nunca deixou um cenário complexo de votação avançar no Legislativo sem ter a garantia da vitória. No mínimo, um forte indicativo. A situação é bem mais complexa neste segundo mandato, com uma base aliada mais enxuta, o que amplia consideravelmente as dificuldades. A manobra regimental que será colocada em prática no projeto do IPE Saúde, principal desafio do Piratini na Assembleia desde a reeleição, é arriscada, mas, até segunda-feira à noite, era a melhor chance do governo. 


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