Queda do primeiro ministro de Lula dá fôlego à CPMI
Parlamentares pressionam por abertura da Comissão, enquanto Planalto tenta ganhar tempo
publicidade
Nenhuma surpresa no pedido de demissão do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias. Sem saída, tamanha a repercussão e gravidade do episódio, sua permanência ficou insustentável e ele pediu demissão horas após a divulgação de imagens suas, circulando no Palácio do Planalto, na antessala do gabinete do presidente da República, enquanto os vândalos depredavam o prédio no dia 8 de janeiro.
As gravações, divulgadas pela CNN, mostram ainda que os invasores receberam água de militares e cumprimentaram agentes do GSI durante os ataques. Os agentes auxiliaram ainda indicando a saída para alguns vândalos. As fitas deixaram na berlinda a atuação do GSI no caso. O general Gonçalves Dias sempre foi classificado como homem próximo e de confiança do presidente Lula (PT), com quem já havia trabalhado de 2003 a 2010, e, justamente por isto, foi escolhido para o cargo. Uma de suas missões era dar fim ao aparelhamento construído no GSI pelo general Augusto Heleno durante o governo Jair Bolsonaro (PL).
Sua saída representa a primeira queda de um ministro no terceiro governo Lula, menos de quatro meses após a posse. As imagens, imediatamente após sua divulgação, tiveram outros desdobramentos, garantindo fôlego aos movimentos da oposição pela criação da CPMI sobre os atos de 8 de janeiro. O Planalto está tentando ganhar tempo para a instalação da CPMI, que é considerada certa em Brasília, para os próximos dias. As articulações do governo visam garantir a maioria de integrantes aliados para conduzir a narrativa.