No meio do caminho tem uma pedra

No meio do caminho tem uma pedra

O importante é não perder o foco, a situação gremista estava bem pior há um mês, o momento agora é de crescimento e é preciso trabalhar para que o jogo não atrapalhe a recuperação

Nando Gross

Renato volta à Arena, mas agora na casamata do Flamengo

publicidade

O Grêmio entra em campo na noite desta quarta-feira em uma situação de total desigualdade em relação ao Flamengo. Mesmo em 2019, quando o rubro-negro carioca eliminou o Tricolor com a goleada devastadora de 5 a 0, as duas equipes rivalizavam entre os grandes do futebol nacional e o resultado foi uma absoluta surpresa. Desta vez, o Grêmio é um time que vive à zona de rebaixamento no Campeonato Brasileiro e está longe de mostrar a qualidade que apresentou recentemente nos títulos da Libertadores da América e da própria Copa do Brasil.

Não está proibido de o Grêmio fazer valer a sua tradição e com uma estratégia adequada sair com um bom resultado na Arena, nesta quarta-feira, mas infelizmente não é a tendência.

O pior cenário seria uma derrota e ainda tendo de assistir Renato comandando o time adversário. Entretanto, o importante é não perder o foco, a situação gremista estava bem pior há um mês, o momento agora é de crescimento e é preciso trabalhar para que o jogo da noite desta quarta-feira não atrapalhe a recuperação que está em andamento no Brasileirão.

As duas mãos de Renato

Terminei de ler esta semana o livro do João Paulo Fontoura, assessor de imprensa do Grêmio entre os anos de 2010 – 2020, “Jornalismo e Vestiário”. São histórias e bastidores de uma década inteira vivida em um ambiente que desperta sempre enorme curiosidade para os amantes do esporte. O capítulo “Uma não, as duas”, mostra um pouco do comportamento de Renato Portaluppi no clube.

Em 2016, teve um vazamento na imprensa da escalação gremista poucas horas antes de um clássico Gre-Nal e isto gerou tumulto nos bastidores: “A diretoria de futebol assumira tinha pouco tempo a gestão e viu ali uma possibilidade de intervir diretamente em um setor com o qual, pelo que indicavam, não estavam satisfeitos. Mas não fariam a mudança sem consultar Renato, por óbvio. Em sua sala, o treinador foi então questionado se colocaria a mão no fogo pelo assessor de imprensa do clube. 
A resposta de Renato: ‘Não coloco a mão, não. Coloco as duas’”.

Nesta quinta-feira, João Paulo fará uma sessão de autógrafos aberta ao público no Complex Skatepark. (Av. Protásio Alves, 3839, às 16h).

Um pesadelo para as mulheres

As jogadoras da seleção afegã de futebol feminino e seus familiares deixaram o Afeganistão ontem com apoio do governo da Austrália. As jogadoras que ainda viviam no país temiam perseguição do regime talibã. As jogadoras haviam sido aconselhadas a deletar postagens nas redes sociais e fotos da equipe para evitar represálias desde a queda do governo do Afeganistão em 15 de agosto. No governo talibã de 1996 a 2001, ano em que se deu a invasão norte-americana, as mulheres eram proibidas de trabalhar, de estudar e forçadas a casar a partir dos 15 anos. O mundo precisa proteger as mulheres afegãs.

 
Não olhe para a deficiência, olhe para a eficiência

A atleta brasileira Verônica Hipólito, velocista campeã mundial e medalhista paralímpica, chamou a atenção sobre como torcer sem cometer gafes nem destilar preconceitos para os esportistas durante os Jogos Paralímpicos. Vera afirma que a Olimpíada deu uma boa viralizada, mas quando chega a Paralimpíada, dá uma “esfriada.” Ela critica a frase usada pelos narradores e comentaristas, “exemplo de superação’”. “Pensa numa coisa que a gente odeia…”, diz ela.

“Não é superação, é treino. A deficiência nada mais é do que uma característica. Eu já vi cadeirante passar em frente de igreja e ouvir: ‘vou orar para você melhorar’. Não queremos piedade de ninguém, queremos autonomia e inclusão”, afirma.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895