Somente os jogadores podem salvar o Grêmio

Somente os jogadores podem salvar o Grêmio

Departamento de futebol parece que não fazia a menor ideia do que acontecia no vestiário

Nando Gross

A cada derrota, surge um novo diagnóstico. O último é de que Jean Pyerre precisa sair do time

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O que está acontecendo no Grêmio passa a imagem de uma empresa em que um funcionário tem o controle total de um determinado setor, sem compartilhar as informações e sem dividir responsabilidades. Quando ele é demitido ou decide sair, ninguém sabe nada daquele departamento, nem mesmo a senha para usar o computador.

A ideia que eu tenho do futebol do Grêmio a partir da saída de Renato é exatamente esta. Ninguém sabia nada do vestiário e nem tinha a menor ideia de como era o comportamento dos atletas no dia a dia. Tiago Nunes começou conquistando o Gauchão e fazendo a melhor campanha da primeira fase da Copa Sul-Americana. De uma hora para outra, tudo mudou. Ali já estava claro que a questão não era apenas técnica, ficou visível o desgaste do técnico com os atletas. Veio Felipão, que “negocia” menos com os jogadores, e os problemas continuaram.

Este é um momento em que ninguém poderá ajudar, caso os jogadores não se envolvam totalmente com a missão de evitar a segunda divisão. Não é hora de comemorar aniversário, ir a pagode, subir a Serra ou passear no parque. Os torcedores estão em pânico, e os jogadores precisam ter consciência da gravidade que tem um possível rebaixamento. Ou todos se empenham, esquecem qualquer problema que tenha ocorrido e entram em campo jogando como se fosse uma final, ou o Grêmio será rebaixado. Somente os atletas poderão fazer a diferença. Felipão pode orientar e mobilizar, mas são eles os verdadeiros responsáveis. Não é hora de buscar culpados, o Grêmio precisa da união de todos para evitar o pior.

O novo velho diagnóstico

A cada novo fracasso gremista surge um diagnóstico diferente. O último é de que Jean Pyerre precisa sair do time, o que não discordo, realmente ele não vem jogando bem. A questão é que este mesmo diagnóstico já fora feito antes da chegada de Felipão, que resolveu outra vez dar nova oportunidade a Jean Pyerre. Agora a solução é retirá-lo do time, algo que já foi tentado. De qualquer forma, mesmo parecendo que está andando em círculos, Felipão vai tentando achar o caminho para retirar o Grêmio do constrangimento atual. Se os jogadores não comprarem a causa, de nada vai adiantar.

O fim de um sonho

A tragédia que acontece no Afeganistão, com o grupo armado Talibã retomando o controle do país, acabou com o sonho de Zakia Khudadadi. Ela teria sido a primeira mulher a representar o Afeganistão em uma Paralimpíada, que começa neste mês em Tóquio. O chefe da missão do Comitê Paralímpico Afegão, Arian Sadiqi, radicado em Londres, informou que os dois atletas de sua nação não poderão comparecer aos Jogos, que se iniciam no dia 24 de agosto. “Infelizmente, devido à comoção que ocorre no momento no Afeganistão, a equipe não conseguiu partir de Cabul a tempo”, declarou. As imagens das pessoas se pendurando em aviões para tentar deixar o país são assustadoras, e o mundo acompanha apreensivo o que irá acontecer daqui para a frente no Afeganistão.


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