A crise que une a dupla Gre-Nal

A crise que une a dupla Gre-Nal

Nenhum outro adversário poderia ser pior e foi justamente o atual time de Renato Portaluppi que caiu para o Tricolor.

Nando Gross

A gangorra quebrou e Grêmio e Inter estão igualmente mal dentro e fora de campo

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O Grêmio vem se mostrando um clube forte administrativamente nos últimos anos e esta solidez até 2019 se refletia no desempenho do time. Em 2020 a situação piorou bastante, Renato já dava sinais de que não estava feliz em Porto Alegre e a cada entrevista mostrava estar sem paciência para tratar dos assuntos do clube. O time não tinha mais o mesmo rendimento e era preciso ter sido tomada uma atitude, fosse para reestruturar o elenco e garantir um Renato motivado no comando, ou partir para uma mudança de técnico. Isto aconteceu tarde demais e foi feito de forma atrapalhada. Primeiro, Renato renovou contrato, logo depois foi eliminado na pré-Libertadores e acabou saindo. Falou-se em uma mudança na forma de gerenciamento do futebol gremista, mas, na prática, o que se viu foi a contratação de um técnico às pressas, sem nenhuma convicção, que ficou uns dias na Capital, foi embora com o título de campeão gaúcho e deixou o Grêmio na lanterna do Brasileirão, sem nenhuma vitória.

Agora é Luiz Felipe Scolari que tem a responsabilidade de evitar a queda do Grêmio para a segunda divisão. Os últimos episódios envolvendo Ferreira demonstram falhas no departamento de futebol. Até agora ninguém sabe ao certo o que aconteceu para que o atleta não comparecesse ao tratamento de recuperação no clube por três dias.>
Quem olha o grupo de jogadores do Grêmio não imagina que o time possa estar na posição em que está, mas não se iludam, futebol é um esporte coletivo e precisa de uma mecânica bem ajustada para as coisas funcionarem, algo que o time gremista ainda não demonstra. É preciso perceber o problema e não entrar no discurso fácil de que “é muito cedo para se falar em rebaixamento”, nunca é cedo demais para correção de rumos.

O Internacional, ao contrário, vem de um longo período sem conquistar títulos, nem mesmo estaduais, mas apesar disso encontrou um caminho no final da temporada passada que teria tudo para dar certo este ano, não fosse a interrupção do trabalho em nome de uma “ruptura” que, na prática, fragilizou o time e o jogou para uma posição irrelevante no cenário nacional, ao contrário do protagonismo que teve no Brasileirão de 2020. A ruptura poderia ser necessária no âmbito administrativo, talvez na forma da gestão do clube, mas em campo não é assim que funciona. Um time chega ao título construindo um trabalho forte coletivamente e com uma ideia de jogo bem clara, em sintonia com a realidade do grupo de jogadores e dos interesses do clube.

O Inter, com suas limitações, conseguiu isso com Coudet e depois com Abel, de uma forma ainda mais consistente. Quando demitiu Abel e toda a sua equipe, a direção jogou fora todo o ambiente de confiança que havia sido estabelecido, e isto fez com que o projeto de Ramirez desmoronasse já na largada. Inacreditável os dirigentes não terem percebido. O presidente poderia ter pensado em trazer Ramírez, mas ignorar os fatos por uma convicção pessoal é um erro grave de gestão. É importante ter ideias, mas jamais colocá-las acima da realidade e da necessidade do momento.

Um erro histórico

São 21 anos, 34 títulos, 17 temporadas, 778 jogos, 672 gols e 268 assistências. Este é um rápido resumo de Lionel Messi no Barcelona, clube que o acolheu ainda adolescente e onde ele entregou um futebol jamais visto pelos culés até então. São quatro taças da Champions League, 10 troféus em La Liga (Campeonato Espanhol), sete Copas do Rei da Espanha, três Mundiais de Clubes, três Supercopas da Europa e oito Supercopas da Espanha. São 78 prêmios individuais, sendo seis de melhor do mundo Fifa ou Bola de Ouro e seis edições da Chuteira de Ouro, entregue ao maior artilheiro da Europa. É inacreditável que os dirigentes do Barcelona tenham deixado acontecer a saída de Messi. Como entender ele na Uefa Champions League jogando no Camp Nou CONTRA o Barcelona? Entendem o que isso significa? É muito mais que futebol.

Que fase!

Quando a fase não é boa, até no sorteio o time perde. O Grêmio vai enfrentar o Flamengo nas quartas de final da Copa do Brasil. Nenhum outro adversário poderia ser pior, e foi justamente o atual time de Renato Portaluppi que caiu para o Tricolor. Mais do que nunca o momento é de pensar no Brasileirão, onde amarga a zona de rebaixamento desde o início da competição. De qualquer forma, bem que poderia ter sido qualquer outro sorteado.

Neymar olímpico

Medalhista de bronze no salto com vara, Thiago Braz contou que, após ser dispensado pelo seu clube, o Pinheiros, só chegou a Tóquio pelo apoio da empresa do craque Neymar. Thiago foi ouro nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Além disso, é recordista na prova do salto com vara. Desde a última edição dos Jogos, sua carreira já vinha sendo agenciada pelo pai de Neymar, com a empresa NR Sports, mas após ficar sem clube teve o apoio integral de Neymar, seus patrocinadores e ainda o benefício do Bolsa Pódio para seguir com sua carreira e a sua rotina de treinos. “Eu sofri nesse período em que fiquei sem clube, mas tive o suporte do Neymar. Agradeço muito, acredito que a medalha também veio por causa disso”.


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