A frustração da torcida gaúcha

A frustração da torcida gaúcha

Por mais que pudéssemos imaginar alguma dificuldade para 2021, ninguém pensava em um cenário onde o objetivo de ambos fosse apenas não ser rebaixados para a segunda divisão.

Nando Gross

O problema é que para os torcedores não basta apenas perceber o problema, é preciso resolvê-lo

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A dupla Gre-Nal conseguiu uma reversão de expectativa que poucos poderiam imaginar ao final da temporada passada. O Inter disputou o título com chances claras de vitória até a última rodada e o Grêmio, mesmo estando mal, ainda assim garantiu vaga na Pré-Libertadores e chegou à final da Copa do Brasil.

Por mais que pudéssemos imaginar alguma dificuldade para 2021, ninguém pensava em um cenário onde o objetivo de ambos fosse apenas não ser rebaixados para a segunda divisão. O Inter ignorou o bom trabalho de Abel e promoveu um desmanche no seu vestiário que fez com que ainda no mês de julho o clube já não tivesse nenhum título mais para disputar. Hoje o Colorado tem como único objetivo escapar do rebaixamento para a série B.

Já o Grêmio não caiu, despencou. Renato saiu depois da desclassificação na Libertadores e Tiago Nunes chegou, manteve a hegemonia no Estado com o título do Gauchão e ainda fez a melhor campanha da primeira fase da Copa Sul-Americana. Ninguém imaginou que entraria no Brasileiro e não conseguiria ganhar nem ao menos uma partida sequer. Felipão chegou e mudou o discurso. Agora o que sai do vestiário é a ideia de encarar a realidade por pior que ela seja. O problema é que para os torcedores não basta apenas perceber o problema, é preciso resolvê-lo e isto parece ainda estar longe de acontecer.

Aguirre parece conformado

Na sua primeira passagem pelo Inter, Diego Aguirre deixou a marca na sua equipe de muita intensidade e velocidade na transição ofensiva. O time de Aguirre quando retomava a posse de bola, partia de forma vertical em direção ao gol. Pois, o time atual parece sem nenhuma inspiração ofensiva, lento e não dá nenhum sinal daquela intensidade que vimos quando esteve aqui pela primeira vez. Perguntado sobre problemas emocionais no grupo, Aguirre lavou as mãos e disse que não é psicólogo, o que convenhamos é uma resposta absurda, porque o bem-estar dos atletas é de responsabilidade direta do treinador. Aguirre já disse várias vezes que o time não está jogando bem, que reconhece os problemas, mas está com dificuldades para resolvê-los.

A continência de Alison no Japão

No início da madrugada desta terça-feira, Alison dos Santos, o Piu, escreveu um capítulo importante na história dos 400 metros com barreiras na Olimpíada de Tóquio, conquistando a medalha de bronze na prova mais rápida de todos os tempos.

No pódio, ele foi o primeiro atleta do país a prestar continência durante a premiação no Japão. Piu é atleta do Clube Pinheiros e faz parte do Programa de Alto Rendimento das Forças Armadas, idealizado pelo nadador Djan Madruga, em 2007, quando ocupava o cargo de secretário nacional de Alto Rendimento do Ministério do Esporte. Na época, a pasta era comandada pelo PCdoB e não vivíamos ainda a paranoia da invasão comunista. Éramos normais.

O nadador Fernando Scheffer, o judoca Daniel Cargnin e a velejadora Kahena Kunze também integram o programa e todos recebem os benefícios da carreira militar como soldo, assistência médica, acompanhamento nutricional e de fisioterapeuta, além de estruturas esportivas em organizações militares. 


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