O objetivo é não cair
Infelizmente, estamos apenas em julho e o objetivo do Grêmio do ano é não ser rebaixado. É triste, mas é a realidade.
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É difícil fazer previsões a longo prazo no futebol, mas observando o Grêmio em campo no Brasileirão, a impressão que me passa é de um time que caminha para o rebaixamento. A falta de qualidade para articular uma jogada ofensiva é assustadora, não se vê nenhum movimento coletivo voltado para atacar o adversário. Renato Portaluppi, enquanto comandou o Tricolor, sempre adotou um discurso público de autoestima elevada, valorização do grupo e dos atletas e projeção de um futuro melhor.
Felipão faz diferente, não esconde o péssimo momento e diz que o que tem de ser feito agora é isso mesmo, tratar de se defender para não perder. Como conseguir um meio termo sem que a equipe se apequene tanto a ponto de comemorar o equilíbrio de posse de bola com o América-MG em plena Arena, em Porto Alegre?
O problema está na gestão do futebol. O Grêmio vem vendendo jogadores para o exterior nos últimos anos e aumentando a sua receita, mas as contratações realizadas para recompor o elenco mostram equívocos profundos que foram enfraquecendo o time gremista. Apesar de todas as carências que tenha o grupo de jogadores, existe potencial suficiente para reagir e escapar do rebaixamento, mas alguns reforços pontuais ajudariam bastante. Importante, jogadores que estejam em boas condições físicas e clínicas, que possam desembarcar em Porto Alegre e com alguns treinos ficar à disposição para jogar. Infelizmente, estamos apenas em julho e o objetivo do Grêmio do ano é não ser rebaixado. É triste, mas é a realidade.
Douglas Costa
Douglas Costa é um extraordinário jogador, isto me parece que ninguém discorda, mas a sua contratação foi bem planejada para o momento do clube? Será que o presidente Romildo Bolzan Júnior sabia que estava trazendo um jogador milionário que precisaria de pelos menos três meses para voltar a jogar em alto nível?
O Grêmio vive um momento em que precisa de soluções imediatas e não parece ser Douglas Costa, pelo menos não para este momento. Será que o clube tinha todas as informações a respeito das condições reais do atleta antes de fechar o negócio? Se sabia, então está errando na estratégia de preparar corretamente o jogador, ou houve mesmo precipitação ao colocá-lo para jogar sem estar em condições adequadas.
A guerra do skate
Os brasileiros torceram na madrugada de segunda-feira por Rayssa Leal, de apenas 13 anos, que conquistou a medalha de prata no skate dos Jogos Olímpicos. No dia anterior, Kelvin Hoefler também já tinha garantido a prata para o Brasil.
Evidente que logo vem à memória o final dos anos 1980, especificamente em 1988, quando o então prefeito de São Paulo proibiu a prática do skate em toda a cidade. A sede da prefeitura era no Parque Ibirapuera, e Jânio Quadros proibiu a presença dos skatistas nos dias de semana.
Os skatistas se reuniram, organizaram uma passeata e saíram pelas ruas da cidade protestando contra a decisão, o que ficou conhecido em São Paulo como “a guerra do skate”.
No dia seguinte, a prefeitura publicou um decreto ampliando para toda a cidade a proibição, inclusive com previsão de prisão em caso de descumprimento. Estava proibido o skate em São Paulo. Jânio, do auge da sua estupidez, afirmou: “Esses garotos vão tomar a lição que o pai não lhes deu”.
A medida foi revogada em 1989, quando Jânio deixou a prefeitura paulistana e assumiu Luiza Erundina.